Título original: Der verbotene Fluss
Autora: Susanne Goga
Editora: Jangada
Páginas: 424
"- O que há com você, Emily? Ainda está pensando na noite em que teve o pesadelo?Ela olhou para Charlotte como se estivesse voltando de uma viagem, cujas imagens ainda guardava.- De que pesadelos está falando?- Você sabe. - Charlotte puxou a cadeira para perto da carteira de Emily e se sentou a seu lado. - Quando sentiu medo e falou da sua mãe. - Não foi um sonho. - Disse Emily em voz baixa, olhando de novo para a janela. - Ela estava aqui. "
Charlotte Pauly é uma preceptora alemã que, depois de um grande escândalo (não que eu tenha achado grande nem escândalo, mas é o que o livro diz), sente-se obrigada a deixar Berlim e ir para a Inglaterra. Por sorte, antes de partir ela fez um anúncio nos jornais londrinos e fora contratada de pronto, pois seu currículo era impecável. Assim, ao chegar à Inglaterra, ela segue para a mansão Chalk Hill, na parte rural de Londres, rumo ao seu novo emprego.
Chegando à mansão, ela percebe logo de cara que, com exceção do cavalariço que fora buscá-la na estação de trem, os criados – principalmente a governanta e Nora, a babá da menina que Pauly irá ensinar – não são muito receptivos à sua chegada. Aliás, seu próprio patrão, Sir Andrew, não é um exemplo de educação e simpatia. (Diz-se que sua hostilidade se deve ao fato de ele ter perdido sua jovem esposa recentemente, mas eu acredito que ele sempre foi chato e mal-educado assim mesmo.)
A filha de Sir Andrew, Emily, tem 8 anos e é a ela que Pauly irá dar várias aulas durante o dia. Emily é uma menina muito doce e sedenta por conhecimento. Se interessa muito pelas aulas de Pauly e faz muitas perguntas, mas, de vez em quando, essa menina tão doce e estudiosa dá lugar a uma Emily completamente diferente, cansada e distraída.
Com o passar do tempo, Pauly descobre (sozinha mesmo, porque ninguém conta nada a ela naquela casa) que Emily vem tendo pesadelos com a mãe. Bem, isso é o que Nora, a babá, e seu pai dizem, porque, segundo a própria Emily, o que acontece à noite é que ela é visitada pela própria mãe, que promete vir buscá-la logo.
Os dias vão passando e os pesadelos – ou visitas da mãe – tornam-se cada vez mais frequentes e mais assustadores, o que obriga Pauly a começar sua própria investigação, uma vez que todos são proibidos de tocar no assunto na mansão.
Quando uma coisa grave acontece, Sir percebe que não é mais possível fazer de conta que sua filha tem problemas e que realmente se faz necessário que ele peça ajuda profissional.
Preocupado e sem saber o que fazer, ele acaba indo até a famosa Society for Psychical Research, procurando alguém que possa ajudá-lo a descobrir qual o problema de Emily e se ela realmente vê espíritos.
O escolhido para essa empreitada é o jornalista Tom Ashdown (que, por algum motivo, eu só consigo imaginar com o rosto do John Cusak).
Tom é um excelente jornalista e já participa da Sociedade há bastante tempo. No entanto, essa é a primeira vez que ele é enviado para investigar um caso psíquico – ou não – , o que o deixa um pouco nervoso.
Junto com Pauly, ele tentará descobrir o que vem acontecendo em Chalk Hill para deixar Emily tão atormentada.
Eu ainda não consigo saber se gostei ou não do livro. Terminei a leitura, dei 3 estrelas no Skoob, mas ainda não consegui definir meus sentimentos a respeito de Mistério em Chalk Hill.
Quando pegamos o livro, logo na contracapa, já somos informados de que Susanne Goga inspirou-se no romance Jane Eyre, de Charlote Brontë, e na novela A volta do parafuso, de Henry James.
No entanto, mesmo se eu não tivesse sabido disso antes, com certeza teria percebido no decorrer da leitura.
Jane Eyre é um dos meus livros preferidos, então sempre está muito fresco na minha memória. A volta do parafuso é outra trama da qual ainda não consegui descobrir se gosto. Aliás, fiz a resenha recentemente sobre a novela.
Então, para mim, que já conhecia ambas as histórias, não houve surpresa nenhuma. Logo de cara eu já sabia a resposta do segredo em torno da morte da mãe de Emily.
Talvez, se eu não tivesse lido nenhum dos dois livros antes, a trama de terror/suspense se tornasse um pouco mais interessante pra mim.
A escrita de Susanne Goga é boa, não posso dizer que não é. Os personagens são bem construídos e o leitor consegue se conectar a eles. Apenas Nora, a babá, permanece uma incógnita pra mim, pois ainda não consegui concluir se ela é sonsa ou se é doida mesmo.
Mistério em Chalk Hill não é um livro ruim. No entanto, acredito que quem não leu Jane Eyre e A volta do parafuso, vai gostar bem mais do que quem já leu.
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