Título original: The Lion's Gate: On the Front Lines of the Six Day War
Autor: Steven Pressfield
Editora: Contexto
Páginas: 478
"Assim era Sharon. Ele aspirava à grandeza. Não precisava pregar. Ele fazia você sentir que a segurança, a honra, a sobrevivência da nação, e mesmo a dos judeus pelo mundo, estavam sobre os ombros dele. Desistir ou dar as costas antes de completar uma missão era algo impensável na Unidade. Era preferível cortar um braço. Se estou rastejando numa trilha à noite, sozinho ou com outros soldados, e avisto cinco ou sete homens da Legião Árabe da Jordânia se aproximando na direção oposta, prefiro enfrentar a morte do que voltar para encarar Sharon e ter que lhe dizer algo como: 'Eles eram muitos, não havia o que pudéssemos fazer'. Esse espírito é o que você vê hoje. Apossou-se do Exército inteiro. Esse espírito herdamos de Sharon, de mais ninguém".
Em 1967, o Egito expulsou as forças de
paz do Sinai e assentou suas próprias defesas preparadas para uma invasão a Israel.
Discursos inflamados eram ouvidos de todas as nações árabes na vizinhança, e
suas forças estavam se preparando para varrer Israel do mapa. Mesmo assim, com
todas as probabilidades contra os israelitas, eles atacaram seus inimigos de
uma maneira que eles jamais esperaram.
Em 5 de Junho de 1967, Israel atacou
primeiro, destruindo a força aérea do Egito em questão de horas e então
avançando para expulsar os egípcios do Sinai. Uma semana depois, quando a
poeira baixou, Israel ocupou o oeste do rio Jordão, a faixa de Gaza, o Sinai,
Jerusalém e a maior parte das Colinas Golã. Independentemente de quem estivesse
certo ou errado naquela guerra, essa foi uma grande conquista. Pela primeira
vez desde a destruição do templo no ano 70 d.C., a cidade de Jerusalém estava
novamente sob o comando judeu.
Mais uma vez, Steven Pressfiled faz um trabalho primoroso ao relatar os fatos acontecidos
durante a Guerra dos Seis Dias. No entanto, o livro não traz uma narrativa
romanceada como, por exemplo, em Portões de Fogo (que continua sendo meu livro
preferido do autor até agora). Neste livro, o autor entrevistou vários membros
de três unidades (um esquadrão da Força Aérea Israelita, a Companhia de Reconhecimento
e o Batalhão de Paraquedistas) e seu objetivo era juntar material não sobre os
grandes feitos realizados durante a guerra, mas sobre as experiências individuais das
pessoas que lutaram nela. Pressfield, mais uma vez, mostra-nos uma guerra sob a perspectiva dos soldados.
Para isso, ele conduziu mais de 400
horas de entrevistas com 63 sobreviventes da guerra e a narrativa se dá quase
que inteiramente pelas vozes deles. Em A Porta dos Leões, nós lemos sobre
o que eles viram e ouviram durante a guerra e, de alguns veteranos, ainda
recebemos informações sobre suas experiências em 1957 e 1948.
O livro todo é muito, muito
interessante, mas as partes que eu mais gostei foram o ataque surpresa que
destruiu a Força Aérea egípcia e a tomada de Jerusalém. Foi muito emocionante
acompanhar esses acontecimentos pelo ponto de vista dos soldados que participaram
desses eventos.
Israel tinha apenas quatro aviões, todos
melhorados para carregarem uma bomba cada.
No ataque surpresa, cada campo de aviação egípcio foi alvejado por um
avião cujo piloto havia sido treinado exaustivamente a melhor maneira de atacá-los.
Cada avião seguia uma altitude específica, bem baixa, para acertar o seu alvo,
cuidadosamente evitando ser captado pelo radar.
Assim, os pilotos faziam as manobras
corretas para que as bombas, ao caírem, explodissem de maneira que fizessem o
maior estrago possível. Depois, eles retornavam para suas bases para abastecer
os aviões, e tornavam a sobrevoar o assentamento egípcio para um novo ataque.
Dessa maneira, os egípcios acreditavam que a força aérea israelita era muito
maior do que a deles.
Eu poderia escrever parágrafos e mais
parágrafos comentando sobre as partes mais emocionantes do livro, mas aí a
vontade de comprar o livro e ler perderia toda graça. :)
Apesar de o livro ser o resultado de
vários relatos de sobreviventes, o autor tomou certas liberdades, como ele
mesmo relata na introdução. Quando faltava algum detalhe em um dos relatos, ele
usava de sua criatividade, mas sempre baseando-se no que já conhecia sobre a
guerra e no que sabia a respeito das pessoas que lhe forneciam tais relatos.
Eu fiquei realmente encantada com A
Porta dos Leões! Minha noção de Israel era apenas aquela que a maioria tem: a
pobre nação que foi subjugada pelos egípcios por muitos anos e depois libertada
com a ajuda de Moisés. Sempre sob a perspectiva bíblica, nunca a política, real.
Enfim, para todos os que se interessam
por História, ou gostam de um bom livro escrito com maestria, A Porta dos Leões
é leitura obrigatória.
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Até a próxima! :)
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