Título original: Gates of fire
Autor: Steven Pressfield
Editora: Contexto
Páginas: 432
“Outras cidades produzem monumentos e poesias, Esparta produz homens.”
Antes de eu começar a resenha,
vou fazer uma rápida introdução para que, quem não se lembra de todas as suas
aulas de História – assim como eu mesma, que tive que pesquisar antes de fazer
este post –, possa entender o contexto em que se passa a trama do livro.
A Batalha das Termópilas foi
travada no desfiladeiro das Termópilas –“Portões Quentes” no grego –, no ano
480 a.C., entre os gregos, liderados pelo rei de Esparta, Leônidas, e os
persas, liderados pelo imperador Xerxes, que vinha obtendo vitória esmagadora em seus
combates, conquistando um território cada vez maior.
O contingente grego era formado
por 300 espartanos e centenas e milhares de outros soldados vindos de cidades
aliadas, somando um total de 7 mil contra 300 mil soldados persas.
Essa batalha durou três dias e,
no segundo dia, um grego, chamado Efialtes, traiu seu povo mostrando ao inimigo
persa um caminho pelo qual podiam contornar o desfiladeiro e atacar os gregos
pelas linhas traseiras.
Sabendo que não sairiam vivos
daquela batalha, Leônidas dispensou os aliados, pedindo que ficassem somente
seus 300 homens consigo. Mesmo assim, alguns dos aliados ainda se recusaram a
partir, totalizando pouco mais de mil homens contra os 10 mil “imortais” de
Xerxes, um grupo de elite, muito mais bem equipado e forte do que seu exército,
que sempre eram enviados para finalizar suas guerras.
O exército grego, ciente desde o
começo de que foram enviados para atrasar as tropas inimigas – ou seja, para a
morte –, conseguiu resistir por 3 dias, como eu já disse. Depois disso, os
persas encontraram mais resistência pelo caminho, chegando a Atenas com 7 dias
de atraso. Esses 7 dias deram tempo para que os habitantes da cidade fugissem e
que o exército de fato se reunisse em outro lugar para, enfim, combater o
exército de Xerxes. E sim, Xerxes saiu perdendo. Por isso a Batalha das
Termópilas tornou-se tão importante na história da Grécia.
Portões de Fogo é um romance
histórico, ou seja, ele traz uma ficção cuja trama é repleta de fatos
históricos reais. Isto esclarecido, vamos à resenha.
Logo no primeiro capítulo, descobrimos
que o grego Xeones, o único sobrevivente – porém, quase morto – depois do
massacre nas Termópilas, encontrado e capturado pelos oficiais persas. Ao saber
da existência de um sobrevivente, Xerxes ordenou para que seus médicos e
cirurgiões fizessem de tudo para salvá-lo, pois ele havia ficado impressionado
com o fato de tão poucos homens terem conseguido resistir por tanto tempo
contra seus exércitos, e queria interrogar o prisioneiro para saber qual era o
segredo dos espartanos.
Assim, quando Xeones se recupera
e encontra-se em condições de fazer seu relato, ele diz que, para que consigam
entender como a batalha terminou, ele terá de voltar muito no tempo e contar
como tudo começou.
Dessa maneira, na primeira metade
do livro, acompanhamos Xeones desde sua infância até a idade adolescente – mais
ou menos 12 anos –, que foi quando ele acabou chegando a Esparta.
Sem me demorar nessa primeira
parte, ressalto apenas que houve vários acontecimentos que o fizeram partir de
sua cidade natal, Astacus, e ir parar em Esparta. Houve também o conselho de um
escravo de seu pai, que Xeones tinha mais por amigo do que escravo: “Outras
cidades produzem monumentos e poesias, Esparta produz homens”.
Na segunda metade do livro, já em
Esparta e sendo treinado pelo exército espartano, Xeones, mesmo sendo um
forasteiro e um “sem-cidade”, o que era imensa desonra na época, ia ganhando,
pouco a pouco, a confiança de figuras muito importantes ali, especialmente do
comandante de pelotão, Dienekes, de quem acaba sendo escudeiro durante a
batalha.
Novamente, entre os primeiros
anos de Xeones em Esparta, até seus 24 anos, que foi quando houve a batalha,
outras tantas coisas aconteceram, sempre fazendo com que ele forjasse mais e
mais o seu caráter e subindo mais no conceito de várias outras pessoas.
Então, quando a narrativa chega à
batalha nas Termópilas, vemos todo o seu desenrolar pelos olhos do próprio
Xeones, e é nesta parte da história que eu acho que o autor faz a coisa mais
incrível do livro todo, que é nos descrever, historicamente, como se deu a
“Batalha dos 300”, através de seu personagem ficcional.
É neste ponto em que a narrativa
de nosso moribundo foca-se um pouco mais em Leônidas e os seus 300 homens, que
estavam preparados para enfrentar a morte com honra.
E é muito gostoso acompanhar o
crescimento e desenvolvimento do caráter de Xeones, que começa com pouca idade
e já cheio de ódio no coração, e com o tempo torna-se um homem de valor,
espartano não de nascimento, mas de espírito.
Fica muito difícil eu demonstrar apenas
com palavras toda a minha satisfação por ter lido este livro. Então, deixo
abaixo alguns dos vários quotes que marquei por todo o livro:
“ (...) antes mesmo que o mensageiro de Xerxes pudesse falar, Leônidas interrompeu-o.- A resposta é não – gritou do alto do Muro.
- Não ouviu a proposta.- Foda-se a proposta – gritou Leônidas com um sorriso largo. – E o senhor também!(...) – Xerxes não quer suas vidas, senhor – gritou o mensageiro. – Só suas armas.Leônidas riu.- Diga-lhe para vir pegá-las!"
“Daqui a milhares de anos, Leônidas afirmou, 2, quem sabe até 3 mil anos, homens de centenas de gerações ainda não nascidas farão, por razões pessoais, jornadas à nossa terra.
- Eles virão – estudiosos, talvez, ou viajantes de terras além-mar – incitados pela curiosidade sobre o passado ou pelo desejo de estudar os antigos. Esquadrinharão nossa planície e remexerão nas pedras e pedregulhos de nossa nação. O que aprenderão sobre nós? Suas pás não desenterrarão nenhum palácio ou templo suntuoso, suas picaretas não nenhuma arquitetura ou arte eterna. O que permanecerá dos espartanos? Nenhum monumento de mármore ou bronze; apenas isto: o que fazemos aqui, hoje.As trombetas do inimigo ressoaram de além do estreito. Via-se agora, nitidamente, a vanguarda dos persas, as bigas e o séquito do seu Rei.- Tenham um bom café da manhã, homens, pois vamos todos jantar no inferno. ”
Em suma, eu, que não tenho o
costume de escrever palavrões nos meus posts, só posso dizer uma coisa: PUTA
QUE PARIU, QUE LIVRO BOM DA PORRA!
Pra mim, foi o livro do ano até
agora. Acho que o primeiro para o qual eu dei 5 estrelas no Skoob (e ainda
favoritei!) em 2017.
Leiam, senhoras e senhores.
Leiam!
Abaixo, a resenha em vídeo, para quem preferir:
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