Título original: Good omens
Autores: Neil Gaiman e Terry Pratchett
Editora: Bertrand Brasil
Páginas: 350
"Não eram, pensando bem, particularmente más. Seres humanos não costumam ser. É que eles se deixam levar por novas ideias, como se vestir com uniformes camuflados e sair matando pessoas, ou se vestir com lençóis brancos e sair linchando pessoas, ou se vestir com jeans justos e tingidos e sair tocando guitarras na cara das pessoas. Ofereça às pessoas um novo credo com uniforme e seus corações e mentes seguirão."
O
demônio Crowley e o anjo Aziraphale estão na Terra há tanto tempo que até se
esquecem de que já viveram em outro lugar numa outra época. Tanto que se
apegaram ao lugar, aos humanos e ao modo como eles vivem. Crowley adora as
comodidades humanas e vive como um deles, embora ele não precise de nada disso.
Essa
simpatia pela Terra acabou aproximando os dois e eles meio que desenvolveram uma
certa (eu não ousaria dizer amizade) consideração de um para com o outro.
Quando
ficam sabendo que o Apocalipse irá acontecer no próximo sábado, antes da hora
do jantar, Crowley e Aziraphale ficam bem desapontados e começam a questionar
tudo e achar que esse acontecimento seria completamente desnecessário. Assim,
eles acabam unindo forças para tentar parar o que é aparentemente inevitável.
Paralelamente
a essa história, nós acompanhamos vários outros acontecimentos:
-
O anticristo nasceu num hospital onde as enfermeiras são freiras satânicas;
-
Anathema (descendente de uma bruxa poderosíssima chamada Agnes Nutter, de quem
ninguém nunca ouviu falar) vem entendendo todos os sinais e para ela está muito
claro que o Apocalipse está próximo e que a profecia de sua parenta irá se
cumprir,
-
A chegada dos Quatro Cavaleiros do Apocalipse. De moto.
Há
muitas histórias paralelas à de Crowley e Aziraphale, mas todas elas seguem em
direção à mesma coisa: o Apocalipse. E é isso que vamos acompanhando ao longo
da história, mas a principal história é mesmo a do anjo e do demônio que talvez
consigam impedir o Armagedom. Ou não.
Este
é o primeiro livro de Neil Gaiman que eu leio e já posso afirmar que,
infelizmente, não me identifiquei com o estilo do autor. Sim, eu sei que a
trama foi escrita em parceria com Terry Pratchett, mas, baseada em tudo que já
li e ouvi sobre os livros de Gaiman, é impossível não reconhecer sua essência.
E
digo que não me identifiquei com seu estilo porque também assisti à série
American Gods e, ao longo dos 8 episódios da 1ª temporada, em vários momentos
eu me pegava me perguntando o motivo de eu ainda continuar assistindo. Mas eu
já havia começado, então era uma questão de honra terminar. Aí vocês podem me dizer
que o livro é muito melhor do que a série, e que com certeza eu vou gostar.
Não, eu não vou. Já vi o suficiente. E com isso, não estou dizendo que os
livros de Neil Gaiman são ruins, ou que ele não é um bom escritor. Eu só não me
identifico com seu estilo.
É
fácil entender o motivo de tantas pessoas amarem Belas Maldições (até onde eu
sei, só eu não gostei...rsrs). O livro é carregado de ironia, cinismo e um humor
fora do convencional, indo desde as piadas mais sutis – contidas nas
infindáveis notas de rodapé – até as cenas de comédia pura. O problema foi que
eu não ri. Achei graça de uma ou outra coisa, mas, ainda assim, não ria. Apenas
pensava comigo mesma: “Ok, essa foi legal”.
O livro também traz várias críticas ao modo
como as pessoas vivem hoje em dia e ao que a humanidade fez com o próprio
planeta, sempre disfarçadas de piadas carregadas de ironia e eu achei
sensacional os autores usarem desse artifício.
No
mais, só posso dizer que, embora a leitura não tenha funcionado muito pra mim,
tenho certeza de que os fãs de Neil Gaiman que ainda não leram este livro – o que
eu acho muito pouco provável –, irão adorar essa trama malandra que muita gente
ama e recomenda.
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