Título original: Days of blood and starlight
Autora: Laini Taylor
Editora: Intrínseca
Trilogia: Feita de fumaça e osso - livro 2
Páginas: 448
‘‘Nós sonhamos juntos com um mundo refeito, ficava pensando. Tinha sido o sonho mais lindo, que só podia ter acontecido como acontecera: um sonho que nasceu da misericórdia e se alimentou de amor. E ela não conseguia pensar no futuro, na paz, sem se lembrar da mão de Akiva em seu coração e da sua na dele.’’
ATENÇÃO: Esta resenha contém spoilers para quem não leu Feita de fumaça e osso, o primeiro livro da trilogia.
No primeiro livro, que foi o meu favorito de 2015, nós
conhecemos Karou, uma estudante de artes, de 17 anos, que tem o cabelo azul, e
que era uma humana adotada por quimeras, mais conhecidos pelos humanos como
demônios. E então ela se apaixonou por Akiva. Um anjo.
Dias de sangue
e estrelas começa logo depois dos eventos do primeiro livro. Karou desapareceu sem deixar vestígio. A
mídia está em frenesi com as visões de
anjos acontecendo em todos os lugares e a misteriosa garota de cabelo azul na
ponte. Algumas pessoas, como o ex-namorado de Karou, estão tirando proveito
desse interesse da mídia para se promover. Outros, como a melho amiga de Karou,
Zuzana, estão preocupados. Na verdade, Zuzana teme que o pior tenha acontecido
e que sua melhor amiga esteja morta.
Mas Karou, é claro, está bem viva, mas não quer falar com
ninguém. Ela é humana, mas agora ela recuperou sua memória e se lembra de sua
vida anterior, quando ela era Madrigal, uma quimera, que acabou dando uma
considerável contribuição para piorar a guerra entre anjos e quimeras.
Enquanto Karou está tentando resolver seus conflitos, Akiva está
destruído por causa do erro que cometera com ela.
Sob a perspectiva dos anjos, o que ele fez era o certo. Ele
destruiu a fonte de poder do inimigo. Afinal de contas, um exército de almas
que nunca morrem de verdade acaba por ser um poderoso inimigo. No entanto, ao
fazer isso, ele destruiu a família e a vida de Karou e percebeu, tarde demais,
que, sem aquela fonte de poder, ele jamais reencontraria sua amada Madrigal,
que agora usava um corpo humano sob o nome de Karou.
Por causa disso, ele tenta corrigir os seus erros. Ao se lembrar
dos sonhos que um dia ele compartilhou com Madrigal, ele percebe que nesse
infindável ciclo de guerra e derramamento de sangue não há vencedores, apenas
sangue. Então ele começa a se rebelar de uma maneira bem sutil, para que os
demais anjos não percebam.
Devagar, enquanto um exército de quimeras está sendo criado do outro
lado do mundo – deste mundo –, Akiva começa a erguer seu pequeno exército para
lutar pela paz entre anjos e quimeras.
Depois de ler – e amar – Feita de fumaça e osso, eu sinceramente
não sabia que rumo a história tomaria. A revelação de Akiva destruiu meu
coração e eu tive medo de que, neste segundo livro, passássemos apenas por alto
sobre o amor dos dois. Felizmente isso não aconteceu. Karou não se esqueceu de
Akiva. Na verdade, é justamente pelo fato de não esquecê-lo que ela acaba
tomando as decisões que tomou.
Zuzana, que não era tão importante no primeiro livro, ganha uma
participação muito maior neste segundo e nos garante toda a parte divertida da
história.
Neste segundo livro nós também temos uma ideia melhor de como
funciona a sociedade angelical, quem são seus líderes e quais são as suas
regras.
O que mais me chamou atenção na trama foi todo esse clima de
redenção e penitência. Houve um tempo em que Akiva e Madrigal sonharam com um
mundo melhor. Infelizmente, o amor dos dois foi proibido e a punição por isso
só fez piorar a guerra entre anjos e quimeras. E agora não se sabe ao certo se
algum dia eles poderão recuperar esse amor. A desconfiança está em toda parte.
Até mesmo Karou, que se juntou aos quimeras e começou a ajuda-los, é alvo de
muitas suspeitas. Ninguém se esqueceu do que ela fez em sua encarnação passada
nem de por quem ela se apaixonou. No entanto, Karou suporta esse tratamento em
memória de sua família. Mesmo quando anjos e quimeras se unem, não é porque
querem paz, mas sim porque têm um inimigo em comum.
Enfim, Dias de sangue e estrelas foi uma ótima sequência para
Feita de fumaça e osso. É um livro mais verdadeiro e muito mais carregado de intensos
sentimentos, desde a ira e a mágoa mais profundas até o mais forte amor.
Eu mal posso esperar para ler o último livro da trilogia – que eu
já tenho, graças! – e ver como termina essa história fantástica.
Recomendo muito!
Livros da trilogia:
2. Dias de sangue e estrelas
3. Sonhos com deuses e monstros
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