Novembro, 9 - Colleen Hoover

Título original: November 9
Autora: Colleen Hoover
Editora: Galera
Páginas: 352

“Ela “me amava” nas cotações
Ela me beijou em negrito
EU TENTEI MANTER SUAS LETRAS em maiúsculas

Ela saiu com reticências…”



Em um 9 de Novembro de um ano qualquer, Fallon, 16 anos, era uma atriz famosa com um papel de protagonista numa série de TV. Até aquela noite.

Filha de pais divorciados, naquela noite ela estava na casa do pai, quando um terrível incêndio aconteceu, deixando com queimaduras graves por todo o corpo. Ela sempre culpou seu pai por isso, já que ele se esqueceu de que ela estava lá naquele dia.

Hoje, dois anos depois, também 9 de Novembro, ela está almoçando com seu pai num restaurante, não porque goste dele e tenha esse hábito, mas porque ela está se mudando de Los Angeles para Nova York, para tentar a vida nos palcos, e quer dar a notícia a ele.

Sua vida está bastante diferente. Depois do incêndio, Fallon ficou com grandes cicatrizes pelo rosto e o lado direito de seu corpo, o que fez com que ela perdesse o papel na série e não conseguisse nenhum outro trabalho na TV ou no teatro. E, além de sua carreira, o fogo também destruiu sua autoestima. Ela só usa o cabelo jogado na frente do rosto e blusas de mangas compridas, mesmo durante o calor. Resta-lhe agora trabalhar como narradora de audiobooks, um trabalho que seu pai – um renomado ator – abomina.

E é exatamente sobre isso que eles discutem agora. Seu pai não é nem um pouco dedicado ou amoroso e diz a ela sem dó que ela deve desistir da carreira de atriz porque ela já não tem mais beleza e isso é só o que importa nesse mundo.

Aturdida demais para dizer qualquer coisa, ela acaba se levantando e indo ao banheiro para poder respirar um pouco e colocar a mente no lugar. Ao retornar à sua mesa, ela percebe que, na mesa atrás da sua, há um garoto muito, muito bonito que, por alguma razão que ela desconhece, ele a está encarando e parecendo bastante feliz com o que vê. Pela primeira vez, ela se sente um pouquinho bem, pois um cara olhou pra ela e não virou o rosto quando viu suas cicatrizes.

Voltando ao almoço com seu pai, eles retomam a discussão. Seu pai, sem tato nenhum, acaba soltando que ela já nem é mais capaz de arranjar um namorado e a coisa está prestes a ficar bem feia, quando, do nada, o garoto da mesa ao lado surge pedindo desculpas pelo atraso, beijando-lhe o rosto e se apresentando ao pai dela como seu namorado, sussurrando para ela, em seguida, que entrasse no jogo dele.

Ben também tem 18 anos e é um aspirante a escritor em busca do romance perfeito para escrever seu livro. Sentado à mesa ao lado, ele não teve como se segurar e partiu em defesa daquela menina estranha para ele, mas que necessitava desesperadamente de alguém que a defendesse da insensibilidade de seu pai.

Quando o almoço termina, eles passam o restante do dia juntos e criam uma conexão muito forte. Nenhum dos dois quer se separar. Fallon já não quer tanto mais ir embora e Ben não quer que ela vá, mas ela precisa, pois Los Angeles já não tem mais lugar pra ela.

Assim, eles combinam de se encontrar todo ano no mesmo dia – 9 de Novembro – para dar continuidade ao seu romance e para que Ben possa registrá-lo e escrever seu primeiro livro contando sobre esse romance.


Não li todos os livros de Colleen Hoover ainda e, dentre os que li, Talvez um dia continua sendo o meu preferido dela. O que não quer dizer que eu não tenha adorado este, é claro.

É claro que a gente acha que já conhece a premissa. Um casal que só se encontra por um dia no ano e é com base nisso que se constrói seu romance. “Aham. Ok, já vi essa história”.

Sim, a premissa é parecida – e quantas mais não são? –, mas nem de longe é a mesma história.

Fallon era uma garota bem confiante e disputada antes do incêndio e hoje, dois anos depois, ela praticamente se esconde das pessoas e faz questão de não ser notada, embora, no seu íntimo, ela deseje isso ardentemente.

Bem é um garoto adorável que sofreu um golpe muito difícil da vida e andou bem perdido por um tempo por causa disso. Porém, ao encontrar Fallon, ele também encontra sua chance de se redimir e de recomeçar. E, ao contrário do que possa parecer, não é Ben que salva Fallon, mas ela que o salva. De muitas maneiras.

A narrativa do livro é em primeira pessoa e, a cada capítulo, alterna entre a visão de Fallon e de Ben e sempre retrata o 9 de Novembro do ano seguinte. Isso é bem legal, pois acompanhamos a evolução dos personagens e o desenrolar de suas vidas a cada ano, vendo o quanto eles amadurecem e como a visão que um tem do outro vai mudando com o passar do tempo.

E quando você acha que sabe o que vai acontecer, lá vem aquela reviravolta que só Colleen sabe dar em suas histórias. Aí você acha que sabe no que vai dar essa reviravolta e BUM!, ela acontece de novo e te pega de surpresa.

Se eu disser mais alguma coisa, vou acabar soltando spoiler dos grandes. Assim, termino minha resenha dizendo que, mais uma vez, Colleen Hoover não me decepcionou e me presenteou com mais uma história muito bem-escrita e cativante.


E é lógico que eu recomendo!


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