Título original: Possessed
Autor: Thomas B. Allen
Editora: Darkside
Páginas: 254
“Robbie começou a urinar e a soltar gases. O fedor era insuportável. Alguém abriu uma janela. O garoto gritava e dava gargalhadas diabólicas. Essa foi a palavra que vinha de imediato à mente daqueles que as ouviam: diabólicas.”
Todos conhecemos a
história do filme O Exorcista, onde a joven Regan MacNeil, de 12 anos, é
possuída pelo demônio e tem que ser submetida a várias sessões de exorcismo
para poder ficar livre de todos os tormentos que sofria.
O que a maioria não
sabia é que o filme foi baseado em fatos reais e que, na verdade, a vítima de
possessão foi um garoto de 14 anos. E é exatamente sobre a história desse
garoto que este livro, Exorcismo, vai falar.
Thomas B. Allen investigou essa história por muito
tempo, sempre procurando uma prova de que ela realmente aconteceu e, o mais
importante, com quem ela aconteceu. Ele realizou uma série de entrevistas, até
chegar ao padre Walter Halloran, que foi quem lhe entregou uma cópia do diário
escrito por outro padre, Raymond J. Bishop, um dos padres que acompanharam o
caso de Robbie Mannheim – nome fictício usado para proteger a verdadeira
identidade da vítima.
Em posse do diário, Thomas B. Allen começa a
escrever seu livro, onde conta com detalhes tudo o que ele leu, desde os
primeiros dias em que Robbie, incentivado por sua tia Harriet, começa a brincar
com a tábua Ouija – um tabuleiro usado para se comunicar com espíritos –, até o
começo de suas crises e, mais tarde, o contato com o padre Bowdern e o início
do primeiro de muitos rituais de exorcismo para libertar Robbie.
A história é dividida em 14 capítulos e é narrada
de forma progressiva. Na primeira parte, o autor conta toda a história de
Robbie como se fosse um romance. Na segunda parte, há a cópia transcrita do
diário escrito pelo padre Raymond J. Bishop, com as datas exatas e tudo o que
aconteceu nesses dias. Aí o texto já não tem mais a estrutura de romance, mas
de registros.
No caso de Robbie, a possessão aconteceu por causa
de suas brincadeiras com a tábua Ouija que, para os entendidos do assunto, é
uma das principais portas de entrada para o mal.
Tábua Ouija
Depois da morte de sua tia, o garoto começa a ouvir
sons e a se comportar de maneira estranha.
Quando sua família foi em busca de ajuda, a
primeira hipótese era a de que estavam lidando com um simples caso de
Poltergeist – fantasma –, até que, além de objetos e móveis se movendo sozinhos
no quarto de Robbie, marcas e arranhões começaram a aparecer por todo o seu
corpo e ele perdeu completamente o controle de si, fazendo e dizendo coisas
terríveis.
Passaram-se muitos dias – e muitos padres – até
todos se convencerem que, de fato, Robbie estava possuído e necessitava de um
exorcismo.
O problema é que os padres, por mais que estivessem
estudado sobre possessões, não estavam preparados para a magnitude do mal que
iriam enfrentar. Quanto mais o tempo passava, mais a criatura demoníaca que
tomava conta de Robbie parecia ganhar força e zombava deles.
“Um exorcista tem que tocar o mal, respirá-lo, se concentrar nele. Um padre se vê como um ser vivo trabalhando ao lado de Deus. Para agir contra o diabo, um exorcista penetra nas sombras profundas e tateantes do mal. Quando ele aparece, os demônios focam o mal nele. O padre exorcista, apesar de se considerar um agente do bem auxiliado pelo Deus todo-poderoso, se vê ao mesmo tempo como um mero humano sendo posto à prova contra um inimigo imponente e com longa experiência em perpetrar a maldade”.
Foram necessárias várias semanas de esforço da
equipe liderada pelo padre Bowdern para que, finalmente, conseguissem expulsar
o mal de Robbie e deixar o garoto em paz.
Como eu já mencionei na resenha, este livro não é um romance
baseado em fatos reais. Na verdade, é um dossiê repleto de detalhes sobre a
possessão de um garoto ocorrida no ano de 1949.
Não é uma história de terror, mas devo dizer que, para quem tem
medo desse tipo de livro/filme/assunto, talvez seja melhor manter distância,
pois os registros do diário são bem detalhistas quanto ao comportamento de
Robbie, detalhando tudo o que ele diz e faz. Sinceramente, não é algo muito
bonito de se ler, dá até uma certa angústia, mas obviamente que minha curiosidade
foi maior e fui guerreira para chegar ao fim do livro... rs.
Enfim, se você é uma pessoa curiosa e, como eu, tem interesse nesse tipo
de assunto, Exorcismo é um livro mais que
recomendado.
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