Título original: Arena 13
Autor: Joseph Delaney
Editora: Galera Record
Trilogia: Arena 13 - livro 1
Páginas: 319
"Os mortos sonham, sim. Eles sonham com o mundo de Nym e rodeiam irremediavelmente dentro de seus labirintos sombrios, buscando aquilo que nunca poderão alcançar. Mas, para poucos, muito poucos, um verbati é chamado. Um verbati que os convoca de novo à vida. Malditos sejam os nascidos duas vezes."
Leif é um adolescente órfão que cresceu na cidade de Mypocine e se tornou o melhor
lutador de bastão da cidade. Com esse talento, ele acabou ganhando um bilhete
premiado que lhe oferecia a oportunidade de ser treinado por Tyron, o melhor
treinador de lutadores de Midgard, que é o mundo em que eles vivem. Assim, Leif
se despede de seus amigos e parte de Mypocine para Gindeen, que é a cidade onde
Tyron mora e onde se encontra o que Leif tanto almeja: a arena 13.
A arena 13
é o lugar onde se encontram os melhores lutadores e de onde, de vez em quando,
apenas um lutador sai vivo. Os vencedores são sempre adorados pelo público,
desejados por todas as mulheres, protegidos por seus treinadores e fontes de
muito, muito dinheiro. Mas apesar desse glamour todo, não é a glória que Leif
busca na arena 13. Ele quer vingança.
Quando ele era
criança, sua mãe foi morta pelo Hob, um ser cruel e impiedoso, que domina
Midgard e vive capturando pessoas – mulheres, em sua maioria – para sugar
primeiro o seu sangue e depois a sua alma. Derrotá-lo não é uma tarefa fácil,
pois o Hob é feito de muitos “eus”, de maneira que, se você o matar uma vez, ele
voltará em outro eu. É como se ele tivesse infinitas camadas ou clones de si
mesmo. Doideira, eu sei.
Com a morte
da mãe, Leif também acabou perdendo seu pai, o que o fez jurar vingança contra o
Hob uma vez que, todos os anos, durante a temporada de lutas na arena 13, o
Hob aparece por uma noite e desafia um lutador. Se o lutador ganhar, ele se retira.
Se perder, vivo ou morto ele é levado pelo Hob e ninguém nunca mais o vê ou tem
notícias dele. E é isso que Leif quer: desafiar o Hob e vencer.
Agora ele
precisa convencer Tyron de que é bom o suficiente para poder ser treinado por
ele, chegando, assim, cada vez mais perto de seu destino.
Como
explicar este livro? Rsrs
Eu
sinceramente não consigo encaixar Arena 13 em um único gênero literário. Há uma
citação do jornal Financial Times na
contracapa do livro que diz "Em parte uma distopia futurística, em parte
uma fantasia épica romana", e eu acho que é mais ou menos por aí.
Os humanos
vivem nesse mundo chamado Midgard, que a gente não faz ideia de como ou porquê
existe e é do jeito que é. (Muito esclarecedor, né? Também achei.)
A arena 13
fica na Roda, que nada mais é que um Coliseu futurista. Na arena, os lutadores –
ou, se você for ousado(a), pode chamá-los de gladiadores futuristas – usam
criaturas chamadas de Simulacros – vulgo lacs – que são feitas de carne humana,
mas têm a mente moldada por programação de computador. A função do lac é
proteger o seu lutador. Se ele falhar e o lutador for atingido e perder sangue
(não importa se pouco, muito ou morrendo... rsrs), a luta é finalizada e vence
quem derramar sangue primeiro. Obviamente, quem leva a maior parte da porrada
toda é o coitado do lac, o que eu achei muito injusto, devo dizer, porque ele
só existe pra ser massacrado mesmo.
Para lutar
na arena 13 – e em qualquer outra – é necessário aprender e entender um
sem-número de regras. Por isso, todo garoto que decide se tornar um lutador é
obrigado a passar pelo treinamento, que consiste em aulas de programação (onde
a mente do lac é formada), aulas de teoria e história, muito treinamento físico
e, por fim, o treinamento com os próprios lacs.
Por esse
motivo, eu tenho que dizer que a leitura é um pouco lenta. Por ser o primeiro
de uma trilogia, Arena 13 é um livro introdutório, onde somos apresentados a um
mundo totalmente novo, com suas próprias regras e seu próprio vocabulário, conhecemos
suas histórias e lendas, e aprendemos como funciona a sociedade em geral. Assim,
tudo é minuciosamente explicado, para que o leitor possa entender bem como as
coisas funcionam por ali.
Mas mesmo
sendo um livro repleto de detalhes e, por vezes, meio cansativo, eu não deixei
de gostar da história. Faltou um pouco mais de explicação sobre Midgard, mas
isso não tornou a história menos interessante, principalmente nas partes em que
se passam na Roda e na arena.
Meu
personagem favorito, sem dúvida, é Tyron. Ele é gente boa na maior parte do
tempo, mas também sabe se impor e se fazer respeitar, sem contar que é bem
esperto e ninguém nem desconfia do que se passa em sua mente.
Kern, genro
de Tyron, é lutador e também ajuda o sogro no treinamento dos meninos. Apesar
de ser um grande lutador – um dos melhores –, ele também tem o seu lado terno e
atencioso. E não vou dizer mais nada ou vai vir spoiler.
O próprio
Leif, apesar de ser um garoto legal, me irritou muito em várias vezes, todas
elas em que Kwin, filha caçula de Tyron estava envolvida. Ela fazia dele o que
queria e o tonto obedecia sem se importar com mais nada. Que ódio que me dava!
Deinon é um
dos garotos treinados por Tyron, que acaba ficando amigo de Leif, mas que não
se desenvolve muito na história. Espero que no segundo livro seu personagem
ganhe mais espaço, pois gostei dele.
Enfim,
confusão e muitas regras e explicações à parte, eu gostei bastante desse
primeiro livro e estou ansiosa para ler o segundo e saber como a história se
desenvolverá.
Recomendo!
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