Título original: Lady Midnight
Autora: Cassandra Clare
Editora: Galera Record
Trilogia: Os artifícios das trevas - livro 1
Páginas: 547
"Quando você ama alguém, a pessoa se torna parte de quem você é. Está presente em tudo que você faz. Ela é o ar que você respira, a água que você bebe e o sangue que corre em suas veias. O toque dela fica na sua pele, a voz permanece nos seus ouvidos e, os pensamentos, na sua cabeça."
Depois de ter decidido dar uma segunda chance à série OsInstrumentos Mortais e ter me apaixonado pela escrita de Cassandra Clare, eu
mal podia esperar para fazer parte desse mundo tão fantástico criado por ela
mais uma vez.
Em Dama da Meia-noite, a história se passa em Los Angeles, com novos personagens e uma nova família
em foco, 5 anos depois de os acontecimentos de Os Instrumentos Mortais terem
terminado.
Emma Carstairs tem 17 anos e é a melhor caçadora de sombras
do Instituto de Los Angeles. O boato que corre pelo mundo das sombras – e pelo
submundo também – é que ela é o novo Jace. Emma é determinada, teimosa,
destemida e vive correndo perigo, chegando até a ser irresponsável às vezes. O
objetivo de sua vida é descobrir quem matou seus pais 5 anos atrás. A Clave
entendeu que eles haviam sido mortos por Sebastian Morgenstern – um poderoso
caçador de sombras que se rebelou contra os Nefilim e cuja intenção era acabar
com os caçadores de sombras e governar o mundo – e deram o caso por encerrado.
Porém, Emma nunca acreditou nisso e jurou vingança.
Ela mora no Instituto junto com os irmãos Blackthorn, sob a supervisão
de Arthur Blackthorn, tio dos irmãos.
Julian Blackthorn, apesar de não ser o mais velho dentre
todos os irmãos, é o mais velho que está presente na casa – com 17 anos – e,
desde os 12 anos, se viu obrigado a cuidar de seus 4 irmãos mais novos, uma vez
que seus pais haviam morrido e seus irmãos mais velhos – Mark e Helen – foram enviados
para longe pela Clave. Julian também é o melhor amigo e também parabatai de Emma, o que faz com que
eles tenham um laço muito forte, ao ponto de um não conseguir ficar longe do
outro.
Ao invés de ter uma vida normal e se preocupar com as coisas
normais de sua idade, Julian viu-se obrigado a assumir uma imensa responsabilidade
e se tornar um adulto, pois ele seria o único pai que seus irmãos conheceriam.
Mas, além dessa responsabilidade, há outras das quais tomamos conhecimento no
decorrer da leitura. E muitos, muitos segredos.
A ação tem início quando vários assassinatos misteriosos começam
a acontecer em Los Angeles. Tanto humanos quanto fadas têm sido sequestrados e
submetidos a rituais de magia negra, sendo brutalmente mortos em seguida. Ao
saber desses assassinatos, Emma não estava preparada para o que descobriu: as
marcas encontradas nos corpos das vítimas eram as mesmas que foram encontradas
nos corpos de seus pais, 5 anos atrás. É a oportunidade de que ela precisava
para obter vingança e provar que a Clave estava errada quanto à morte de seus
pais.
No entanto, ela e seus amigos têm um prazo para
resolver esse mistério e, para isso, os caçadores de sombras terão de desobedecer
à Clave e aliar-se a seus inimigos.
Mas há ainda uma outra batalha para Emma e Julian,
e esta pode ser a pior de todas elas.
Os novos personagens têm seu papel e seu caráter muito bem
desenvolvidos na série. Cassandra Clare, como sempre, é mestre em tornar seus
personagens verossímeis e colocá-los num mundo em que você é capaz de jurar que
existe.
Cada um tem sua própria personalidade e suas batalhas
particulares para vencer. Inclusive, ouso dizer que a maior parte da trama gira
em torno dos conflitos pessoais deles do que dos assassinatos em si.
Emma, sem dúvida, é a versão feminina de Jace. Ela trabalhou
duro para chegar ao nível em que está agora. É uma lutadora habilidosa e muito
ágil, e dificulta muito a vida dos demônios que cruzam seu caminho.
Julian é o responsável, o cuidadoso. Aquele que mantém os
pés de Emma no chão – ou pelo menos tenta. Ele é muito maduro e sempre reflete
muito bem sobre as coisas antes de tomar alguma decisão. Não é comum ele ser
impulsivo, embora às vezes isso aconteça. As coisas que se referem a ele nunca
importam muito, ele pode esperar. Seus irmãos estão acima de tudo em sua vida.
Julian os ama tanto que daria a vida por eles sem hesitar.
E é claro que, assim como em Os Instrumentos Mortais, há um
romance proibido nessa trama.
Sobre os assassinatos e o mistério em si, não há muito o que
dizer. As investigações aconteciam, mas tudo demorava muito para acontecer.
Levou muito tempo para que descobrissem o que estava acontecendo de fato e,
quando descobriram, tudo se resolveu muito rápido e o bem venceu. Simples
assim.
Como eu já disse, o foco maior mesmo foi nos problemas
pessoais de cada personagem e como esses problemas afetavam em suas atitudes. Isso
foi ok pra mim, embora eu tenha sentido muita falta de toda a ação que havia em
Os Instrumentos Mortais.
Uma coisa que me incomodou um pouco foi o fato de Cassandra
Clare ficar falando o tempo todo sobre a rotina dos personagens. Os momentos de
refeições eram ricamente detalhados, várias vezes a narrativa repete que Julian
tornara-se responsável pelos irmãos e que desistira de ter uma vida pra cuidar
deles, sem contar as várias cenas e diálogos desnecessários.
Até mesmo Cristina – amiga de Emma – me desapontou bastante.
Ela passa o livro todo dizendo que estava muito machucada por causa de uma
coisa muito grave que acontecera no México (onde ela morava) e não conta a
ninguém o que é. No entanto, quando eu soube o que aconteceu de verdade,
pensei: “Caramba, todo esse drama e mistério eram só por causa disso?”. Sei lá,
na minha cabeça a coisa não foi tão séria assim pra ela fazer todo o drama que
fez.
Enfim, o livro tem 547 páginas, mas acredito que Cassandra
Clare poderia ter escrito um livro melhor, com mais ação, em menos páginas.
Mas, pontos negativos à parte, ainda assim eu dei 4 estrelas,
pois o mundo dos Shadowhunters continua fantástico e os personagens continuam sendo
ricamente construídos.
Com certeza lerei o segundo livro e recomendo Dama da
meia-noite para todos aqueles que são fãs da série. :)
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