Autor: S.K. Tremayne
Editora: Bertrand Brasil
Páginas: 362
-Eu sou Kirstie. - Eu sou Lydia. - Eu sou confiante e agitada. - Eu sou pensativa e calma. - Eu sobrevivi - Eu morri. - Ou será que fui eu?
Sarah e Angus Moorcroft, eram um casal lindo e invejado, com sua vida
aparentemente perfeita e duas filhas gêmeas idênticas, que todo mundo parava
pra olhar na rua, de tão lindas que eram. Lydia
e Kristie eram tão idênticas que
Sarah e Angus eram obrigados a vesti-las com cores e acessórios diferentes para
que pudessem distinguir uma da outra.
A personalidade era outra coisa que
diferia muito entre uma e outra. Enquanto Lydia, a preferida da mãe, era mais
doce e calma, Kirstie – sim, a preferida do pai – era mais elétrica. Mas apesar
das diferenças, as gêmeas eram muito, muito unidas e, aos 7 anos, mesmo com
todas as táticas dos pais para diferenciá-las, às vezes eles não sabiam dizer
quem era quem.
Era muito comum uma terminar a frase da
outra ou, mesmo estando em cômodos diferentes da casa, sem uma saber o que a
outra fazia, elas começavam a rir no mesmo instante, do mesmo jeito. Elas
tinham tantas peculiaridades e uma comunicação tão particular que, às vezes,
chegavam a assustar seus pais.
A história do livro começa quando
completa um ano que Lydia caiu da varanda da casa dos pais de Sarah e acabou
morrendo. Sarah está muito depressiva, não consegue dar muita atenção a Kirstie
nem a Angus. Ela toma muitos remédios e não tem muito ânimo para fazer as
coisas.
Angus também está distante da esposa e
tem que fazer certo esforço para dar atenção à filha. Ele faz tudo pra ficar
mais tempo distante de casa e das duas. Tornou-se alcoólatra e perdeu o emprego
por isso. Ele herdou de sua falecida avó uma ilha que é distante de tudo, com
uma casa caindo aos pedaços, na região da Escócia, e a esperança da família é
que as coisas melhorem quando mudarem pra lá – o que será em breve.
Kirstie está traumatizada e vem tendo
um comportamento bem estranho, que só faz aumentar a tensão entre seus pais.
Ela ainda está traumatizada e parece estar com um certo transtorno de
personalidade, ora se comportando como Kirstie, ora como Lydia, sem contar o
fato de que ela jura que conversa e interage com a irmã morta. O problema é que
isso começa a se agravar e seus pais não sabem como lidar com isso, tanto que
chegam até a ficar em dúvida e a verdade é que agora eles não têm ideia de qual
filha de fato morreu naquele dia.
Gente... nem sei como começar a falar
desse livro.
Assim, a premissa é ótima. Tem tudo pra
ser um thriller psicológico muito bom. Só que aí entra o elemento sobrenatural
na história. “Ok, eu consigo lidar com isso e acho que até pode dar um toque
mais assustador à trama” – foi o que eu pensei.
Ledo engano.
Eu não sei o que o autor quis fazer
nessa trama e duvido de que ele mesmo soubesse. Marido e mulher se odeiam e se
acusam, mas a gente não tem ideia do motivo e termina o livro sem saber. A mãe,
que parece apenas deprimida no começo, parece ter problemas bem mais sérios. A
menina, coitada, com todo aquele transtorno de personalidade, ficando violenta
e sendo possivelmente assombrada, não tem nenhum tipo de cuidado ou atenção dos
pais. Qual seria a reação normal? O pai ou a mãe procurar por um especialista
pra cuidar da menina, ir à escola e conversar com direção, professores,
procurar saber o que está acontecendo e como resolver, ou qualquer coisa assim.
Mas não. Ninguém faz nada. Simplesmente deixam a menina sem ir à escola por uns
dias, depois ela volta, cria problema, aí fica em casa mais um dia ou dois e
assim a vida segue.
Sem contar que aparecem umas situações
no meio da história que você para e diz: “De onde veio isso?”. São situações
completamente desnecessárias, que a gente não faz ideia do motivo de o autor
ter acrescentado aquilo à história.
E por fim, depois do meio do livro, ele
já não consegue mais se decidir se quer um thriller psicológico ou uma trama
sobrenatural e acaba misturando os elementos de ambas as coisas no final.
A classificação do livro no Skoob está
4.3 e eu me pergunto por quê, em nome de Deus, ela está tão alta... rsrs. Mas é
verdade que já vi várias pessoas dizendo que amaram o livro e tal.
Bem, não posso falar por todos, porque
é claro que os gostos são diferentes e variam de pessoa pra pessoa, mas devo
dizer que, infelizmente, o livro não foi bom pra mim e que acredito que o autor
tomou um chá de cogumelo antes de começar a escrever... ahahahahaha.
E vocês, já leram? Gostaram?
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