Título original: Me before you
Autora: Jojo Moyes
Editora: Intrínseca
Páginas: 318
"Sei que essa não é uma história de amor como outra qualquer. Sei que há motivos para eu nem dizer isso. Mas eu amo você. De verdade."
Eu ainda não sei muito bem como começar esta resenha. Fazia
tempo que eu queria ler o livro, mas sempre acabava lendo outro primeiro.
Agora, com a estreia do filme, acabei fazendo dele uma prioridade e li. E agora
eu não sei o que dizer.
Como eu era antes de você é uma história de amor e de
família, mas, sobretudo, é uma história de coragem.
Louisa Clark é uma moça de 26 anos que nunca saiu de sua
cidade e trabalha num café para ajudar no orçamento da casa, que não é dos
melhores.
No entanto, o café onde ela trabalha acaba de ser fechado e
agora ela precisa urgentemente de um novo trabalho, pois as coisas em casa
estão difíceis.
É aí que ela acaba sendo contratada para trabalhar como
cuidadora – sem experiência nenhuma, devo dizer – de um homem tetraplégico, o
que não lhe animava muito.
Depois de um acidente, dois anos atrás, Will Traynor, de 35
anos, perdeu quase todos os movimentos do corpo e, para ele, também perdeu sua
vida. Ele era um rapaz ativo, viajava muito, praticava esportes radicais e
amava o trabalho que tinha. Mas toda essa alegria foi embora depois que ele se
viu sentado em uma cadeira de rodas, dependendo de pessoas para absolutamente
tudo em sua vida.
Isso lhe causou uma grande depressão e a vontade de morrer
se abateu sobre ele. Então ele era grosseiro com todo mundo, não queria
conversar, vivia mal-humorado.
E era justamente dele que Lou iria cuidar.
Will já tem um enfermeiro, Nathan, que atende a todas as suas
necessidades médicas. A intenção de sua família é que Louise venha para tentar
animá-lo de alguma forma. Fazê-lo ver a vida de uma forma diferente.
Will é realmente intratável e Lou sai da casa horrorizada já
em seu primeiro dia, já querendo desistir do trabalho, mas sua irmã a lembra de
que sua família realmente precisa daquele dinheiro e que ela não pode fazer
isso.
Como o tempo, ela aprende a lidar com o mal humor dele, da
mesma maneira em que ele aprende a conviver com a energia dela. E,
gradativamente, começam a conversar e se dar bem.
Enquanto Will já viajou o mundo e fez muitas coisas
interessantes, Lou nunca saiu de sua vidinha de sempre, nunca quis mais para si.
Nunca achou que pudesse ou precisasse de mais. Até agora.
Assim, ao mesmo tempo em que Lou se dedica a elaborar
passeios e pequenas aventuras para mostrar a Will que ele não precisa desistir
da vida, que há muita coisa que ele pode fazer e viver, mesmo com todas as suas
limitações, Will lhe compra livros, lhe dá conselhos e tenta fazê-la enxergar
que há um mundo inteiro a ser descoberto e que ela não pode se conformar com
sua vidinha mais-ou-menos.
O problema é que, além da tetraplegia de Will e de seu jeito
de desistir da vida, há uma outra coisa, um fato avassalador contra o qual Lou
não sabe se terá forças para lutar.
Will teve uma conversa com seus pais e deu-lhes seis meses para eles se acostumarem com o fato de que ele vai pôr fim à sua vida. A data já está marcada e, dali a seis meses, ele irá a uma clínica na Suíça para realizar o suicídio assistido. O trabalho de Lou é fazer com que ele mude de ideia.
Will teve uma conversa com seus pais e deu-lhes seis meses para eles se acostumarem com o fato de que ele vai pôr fim à sua vida. A data já está marcada e, dali a seis meses, ele irá a uma clínica na Suíça para realizar o suicídio assistido. O trabalho de Lou é fazer com que ele mude de ideia.
"Poucas coisas me fazem feliz, e você é uma delas"
Quando eu comecei a ler o livro, eu tinha ideia do que se
passava, de que era a história entre um rapaz tetraplégico e sua cuidadora, mas
eu achava que, com tantos problemas, limitações e depressões, seria um livro
triste, pesado.
Não que não seja triste, porque é, muito, mas também é
lindo. E, nunca achei que fosse dizer isso, mas é divertido também! Sim,
divertido.
Louis é muito espirituosa, é uma moça singular, e Will,
quando está bem, mostra-se um rapaz encantador, divertido e inteligente.
Seus diálogos são carregados de sarcasmo e eles vivem numa
montanha-russa de emoções. Um dia estão fazendo piada um do outro, no outro
estão rindo e se divertindo, e no outro estão brigando.
O que eu achei incrível, foi a leveza com que Jojo Moyes conseguiu
escrever sobre uma história tão triste.
Eu chorei. Chorei sim. Mas eu também dei muitas, muitas
gargalhadas. E tornei a chorar. E rir de novo. E suspirei.
Como eu era antes de você é um livro intenso. Como eu disse
no começo, é uma história de amor e de família, mas é também uma história de
coragem. E de descobrimentos.
Lindo, lindo. Mais que recomendado. Espero que o filme
consiga ser tão tocante quanto o livro.
Abaixo, o trailer do filme.
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