Escritora: Paula Hawkins
Editora: Record
Páginas: 378
Volume único
“Eu perdi controle sobre tudo, até mesmo sobre coisas na minha cabeça.”
Rachel
Watson é uma mulher na casa dos 30 e tantos anos, com a vida completamente
fracassada. Viciada em álcool (do tipo muito, muito viciada MESMO!), com sérias
dificuldades para entender que seu marido se divorciou dela há 2 anos e se
casou com Anna, a amante que ele teve por um período, justamente por causa de
sua bebedeira. E, para completar o drama, há meses que ela foi demitida por
chegar completamente bêbada no trabalho. No entanto, para que Cathy – a moça
que aluga um quarto para ela – não a expulse de casa de uma vez, todas as
manhãs ela sai de casa e pega o trem das 08h04, fingindo que vai para o
trabalho, e só volta à noite pra casa. O que ela fica fazendo nesse ínterim? Rondando
a casa do ex-marido e bebendo.
Então,
logo de cara, a gente vê que Rachel não é confiável, e sim muito instável, sem
muita noção da realidade. O trem cruza um bairro e passa por várias casas,
inclusive pela casa onde Rachel morava com Tom quando eram casados. No entanto,
não é à casa de Tom que ela presta atenção, mas à casa de Jess e Jason. Esses
não são os nomes deles de verdade, Rachel não os conhece, mas como costuma
vê-los todos os dias, ela começa a criar uma história sobre os dois e a
imaginar como é sua vida, chegando às vezes a acreditar que os conhece.
Porém,
certo dia, ao passar em frente à casa deles, Rachel vê Jess aos beijos com um
homem que definitivamente não era Jason. Ela fica com o coração em pedaços ao
descobrir que Jess tinha um amante e pensava no quanto Jason ficaria magoado se
soubesse disso.
Dias
depois, Jess é dada como desaparecida e Rachel descobre que seu verdadeiro nome
era Megan, esposa de Scott – e não Jason.
Na
tentativa de descobrir o que houve na vida dessas pessoas e ajudar como pode,
Rachel acaba piorando as coisas e sua vida se complica cada vez mais, tanto com
a família de seu ex-marido quanto com Scott.
Agora ela
não tem certeza nenhuma sobre nada. Não pode confiar em sua memória – ou na
falta dela, na maior parte do tempo – porque vive bêbada. Por algum motivo,
sente que não pode confiar em Scott. E por último temos Anna, que tenta a todo
custo fazer com que Rachel pare de rondar a casa de sua família e os deixe em
paz.
Mas o
mais importante é: o que aconteceu com Megan?
Eu gosto
muito de thrillers psicológicos. Muito mesmo. Então, quando soube que A Garota
no Trem era nesse estilo, eu quis logo ler. Quando recebo o livro nas mãos, eu
leio na capa: “Se você gostou de Garota Exemplar, vai devorar este thriller
psicológico. – PEOPLE”.
Só que o problema, meus caros, é que eu NÃO GOSTEI de
Garota Exemplar... rs. EU DETESTEI aquele livro! (clique aqui para ler a
resenha).
Enfim, já
estava com o livro em mãos, então resolvi ler. A narrativa é sempre em primeira
pessoa, mas alternada entre os pontos de vista de Rachel, Anna e Megan. Rachel
é a principal. No começo da trama a gente fica meio sem entender porque
alternar entre as três mulheres já que, aparentemente, suas vidas não tinham
nada em comum.
O livro é
bem-escrito, definitivamente. Principalmente porque acho muito difícil para um
autor escrever uma história, alternando os personagens e seus pontos de vista,
sem se confundir, levando a um desfecho perfeito no fim. É uma jogada muito,
muito inteligente e Paula Hawkins soube lidar muito bem com isso. E a história
também é boa, não vou dizer que não. À medida que tudo vai sendo contado, você
começa a juntar as peças e a saber o que foi que realmente aconteceu, quem fez
o quê e todo o resto. Não, o fim não é repentino e chocante, tudo nos é
apresentado pouco a pouco no decorrer do livro.
Algumas
cenas que parecem totalmente sem sentido numa hora, fazem total sentido mais
tarde. Então, fiquem atentos a cada detalhe.
Mas eu
não gostei tanto assim do livro quanto eu esperava gostar. Penso que o
principal motivo é por a protagonista ser alcoólatra somado ao fato de eu ODIAR
gente bêbada... rs. Enfim, acho que isso pesou um pouco no meu julgamento
quanto à história.
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