"Porque quem tem um porquê enfrenta qualquer como."
Pedro Diniz tem 25 anos e uma grande paixão na vida: o cinema.Segundo ele, o Cinema, a Literatura e a Música formam a Santíssima Trindade, pronta para salvar todo o ser que se julga perdido, sem encontrar uma luz no fim do túnel. Com essa crença bem definida, ele tomou para si a missão de mudar a vida das pessoas através dos clássicos do cinema.
Formado no curso de Audiovisual e, como eu já disse, apaixonado por filmes, Pedro encontrou duas maneiras de cumprir sua missão. A primeira, trabalhando numa videolocadora chamada VIP, na periferia de São Paulo. A segunda, desempenhando o papel de mediador de debates sobre cinema nas noites de terça, no cineclube que funcionava no subsolo do Café Cultural.
Essas duas atividades preenchiam a vida de Pedro de uma maneira que só ele conseguia entender. Tudo em sua vida girava em torno do cinema e seu maior sonho era ganhar o Cacau de Ouro, o maior prêmio do cinema brasileiro. Ele já havia tentado antes, mas conseguira apenas o 5º lugar, o que, para ele, não era o suficiente. Agora ele estava à espera do melhor e mais inspirador roteiro de sua vida. O problema é que o tempo estava passando, o prazo para inscrever o roteiro terminando e sua magnífica ideia ainda não havia dado as caras.
Mas os obstáculos não paravam por aí. Pedro, na sua adolescência, desenvolveu uma doença degenerativa nos olhos e foi perdendo a visão gradativamente. Era certo que perderia a visão por completo. No entanto, em algum ponto, a doença simplesmente estacionou e não causou outros danos à sua visão. Ele ainda tinha setenta por cento da visão em ambos os olhos e parece que era assim que iria permanecer, mesmo que não tivesse mais sua visão periférica.
Mesmo que feliz por causa desse milagre, Pedro nunca estava em paz e morria de medo de que, por algum motivo, a doença voltasse com força total e o levasse a ficar cego. Afinal de contas, diante da sua paixão pelo cinema, os olhos eram seu maior e necessário tesouro.
No entanto, não havia apenas o medo em sua vida.Numa terça à noite, ele acaba conhecendo Cristal, a nova - e linda, e ruiva - garçonete do Café Cultural. Depois de algum tempo e de algumas conversas, os dois acabam ficando amigos e Pedro percebe descobre duas coisas: 1) por trás da garçonete havia uma estudante de Física; 2) ele estava se apaixonando por ela.
A vida vai seguindo. Pedro anda preocupado porque seu tempo está se esgotando e a inspiração nem deu sinais de aparecer. Por outro lado, ele está naquele momento feliz de quem está empolgado com o amor pairando pelo ar.
Porém, uma sequência de acontecimentos ruins teve início e Pedro acabou mudando completamente. Desistiu do trabalho na locadora, desistiu do roteiro e se afastou de Cristal. Não respondia a mensagens e telefonemas, nem atendeu seu melhor amigo, Fit, quando este quis visitá-lo. Mas Fit não se deu por vencido e deu um jeito de tirar seu melhor amigo do isolamento. Com esse empurrãozinho, Pedro decidiu fazer uma viagem até Pirenópolis, Goiás, com uma câmera na mão e uma ideia na cabeça. Para isso, ele contaria com a ajuda de seus melhores amigos e, agora, equipe de filmagem: Fit, Cristal e Mayla.
Mal sabiam esses quatro que essa viagem mudaria para sempre a vida de todos eles.
Eu sempre acabo me tornando repetitiva quando é pra falar do meu querido Maurício Gomyde. Desde seu primeiro livro eu me tornei uma fã de carteirinha e venho torcendo muito por ele nestes últimos anos. Fiquei super feliz ao saber que ele foi pra Intrínseca, e mais feliz ainda ao ver o capricho que dedicaram à edição de Surpreendente. O livro ficou lindo.
Surpreendente, como todos os outros livros, traz uma história leve, com bom humor, boa música, bons filmes e boas lágrimas no fim. Os personagens são ótimos, mas meu preferido foi Fit, que mostrou ser o melhor amigo que qualquer pessoa poderia desejar, fazendo tudo em nome da amizade. Até as coisas mais difíceis. Ele definitivamente ganhou meu coração. E também, é claro, o livro nos trás uma linda história de amor. Amor por si mesmo, pelos amigos, pela família. Amor pela vida.
Parabéns, Maurício! Mais uma vez você me fez chorar.
Recomendo!
Ps: Sobre a música lá em cima, vocês vão ter que ler o livro pra saber o motivo. ;)
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