Título: Azul da cor do mar
Autora: Marina Carvalho
Editora: Novo Conceito
Páginas: 334
"Foi nesse momento que seus olhos se ergueram e pararam nos meus. Eram azuis. Lindos. Abaixei a cabeça, com o rosto quente de vergonha. Quando voltei a erguê-la, o garoto da mochila xadrez já havia desaparecido do meu campo de visão. Nunca mais voltei a vê-lo. Passei outras férias de verão em Iriri, mas jamais o encontrei novamente. Mesmo sem saber quem ele era, vivi os dez anos seguintes com aquela imagem da praia grudada em minha memória. Aquilo me marcou. Muito. Nem eu sei explicar porquê."
Na sua infância,
aos 11 anos, quando foi passar as férias em Iriri, na casa de sua vó, Rafaela
se apaixonou pelo Garoto da Mochila Xadrez.
Eles
nunca se conheceram de verdade nem tiveram qualquer tipo de conversa. Ela o via
todos os dias, passando em frente à casa de sua vó, mas nunca se falaram. No
entanto, no seu último dia de férias, ela teve a oportunidade de estar frente a
frente com ele e mergulhar na imensidão de seus lindos olhos azuis. Da cor do
mar. E nada mais. Se olharam nos olhos e ele foi embora.
Hoje, dez
anos depois, ela está prestes a se formar na PUC de Minas Gerais, no curso de
Jornalismo, e conseguiu um estágio super concorrido no jornal Folha de Minas.
Sua tarefa é seguir para todo canto o famoso e competente jornalista Bernardo
Brandão, responsável pelas melhores matérias investigativas do jornal. No
entanto, ao se dar conta de que Bernardo é uma pessoa arrogante e intratável,
ela começa a se arrepender de ter aceitado esse estágio.
Bernardo
não sabe e não quer trabalhar em equipe, muito menos quer ser babá de
estagiário. Então, ele faz questão de ser rude com Rafaela o tempo todo. Ela,
por sua vez, cansada de ser maltratada pelo tutor, resolve pagar na mesma
moeda e o resultado não poderia ser diferente: bate-boca entre os dois, dentro
e fora do jornal.
Mas em
casa, Rafaela voltava a ser aquela menininha de 11 anos e, todos os dias,
escrevia em seu diário para aquele que nunca saíra de seus pensamentos: o
Garoto da Mochila Xadrez. Inclusive, ele era o motivo de os relacionamentos de Rafaela
nunca terem dado certo, pois ela nunca o esquecera.
O
problema é que Bernardo também é lindo e causa um nervosismo terrível em
Rafaela. Assim, quando uma de suas melhores amigas, Gisele, dá em cima de seu
mentor e tem sucesso, a estagiária se mostra doida de ciúme e percebe a
terrível verdade: estava apaixonada pelo “Cria de Satanás”, como ela mesma diz.
A partir
daí, entre desentendimentos mil e a correria diária para fazer os melhores
furos do jornal, Rafaela sofre acidentes (uma quantia exagerada, diga-se de
passagem), sobe o morro para entrevistar traficante, briga com a ex-amiga e se
mete numa enrascada. Mil confusões e tropeços (no sentido literal da palavra)
acontecem e só o tempo dirá o que vai acontecer entre Rafaela e Bernardo.
Logo de
primeira, eu peguei esse livro pra ler e quando parei, já tinha passado da
metade. Eu estava curiosa para saber mais sobre o tal Garoto da Mochila Xadrez.
No entanto, depois da pausa que fiz, foram ainda outras 4 pausas até eu
terminar o livro.
A
história é leve, lembrando muito um filme ok que a gente via na Sessão da
Tarde. No entanto, a protagonista, apesar dos 21 anos, tem muitos acessos de
infantilidade e sofre acidentes o tempo todo! A gente pisca e lá está ela no
chão ou no hospital. Sei lá, acho que não precisava de tudo isso.
As partes que
eram pra serem engraçadas, a meu ver, foram um pouco forçadas e, para fechar
com chave de ouro, há um sequestro onde o sequestrador tem bom coração e deixa
sua vítima checar as mensagens em seu Iphone (Outra menção desnecessária, a não
ser que ela esteja ganhando comissão da Apple para anunciar a marca. Do
contrário, bastava ela dizer celular e ficava tudo bem) e ainda ligar para seus
queridos sob a mira de um revólver para tranquilizá-los. Totalmente surreal.
Por esses
motivos, Marina Carvalho não me ganhou com seu livro. Mas tenho que fazer
justiça e dizer que a editora Novo Conceito caprichou na edição, está linda!
Li várias
resenhas desse livro por aí e vi que muita gente gostou. Bem, comigo não foi
assim desta vez.
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