Título original: The Three
Autora: Sarah Lotz
Editora: Arqueiro
Páginas: 400
"Eles estão aqui. Eu... Não deixe a Snookie comer chocolate, é veneno para os cachorros, ela vai implorar a você... O menino. O menino, vigiem o menino, vigiem as pessoas mortas, ah, meu Deus, elas são tantas... Estão vindo me pegar agora. Vamos todos embora logo. Todos nós. Tchau, Joanie, adorei a bolsa, tchau, Joanie, pastor Len, avise a eles que o menino, não é para ele..."
Os Três é
uma história sobre a Quinta-feira Negra: o dia em que quatro aviões, de
companhias aéreas distintas, caem simultaneamente, um em cada canto do mundo.
Dos quatro aviões, restam apenas quatro sobreviventes, um de cada avião. Três crianças
e uma moça. No entanto, a moça, Pamela May Donald, acaba morrendo pouco
tempo depois, antes de o resgate chegar. Já as três crianças escapam ilesas,
apenas com ferimentos superficiais.
O problema
é que ninguém consegue descobrir a causa da queda dos quatro aviões, muito
menos explicar como todos foram cair exatamente ao mesmo tempo.
Elspeth
Martins é uma repórter investigativa e, ao longo das investigações, trabalhou incansavelmente
para recolher depoimentos e tentar entender como toda essa tragédia se deu.
Foram tantas as pessoas com quem falou, e tantas as teorias sobre o ocorrido,
que ela acabou escrevendo um livro: Quinta-feira Negra – Da queda à
conspiração: Por dentro do fenômeno dos Três.
E é justamente o livro de Elspeth que nós lemos, na íntegra. Ou seja, é o livro
dentro do livro.
O formato
da narrativa é o mesmo do livro Guerra Mundial Z, ou seja, não é de fato uma
narrativa com começo, meio e fim, são relatos. Elspeth juntou os relatos de todas
as pessoas com quem conversou e os publicou em forma de livro.
Dentre
eles, encontramos teorias das mais variadas conspirações de fanatismo religioso,
invasão alienígena, lendas e profecias e muitas outras coisas.
O leitor é
apresentado a todas elas e livre para acreditar em alguma ou criar sua própria
teoria.
O livro é
interessante pelo fato de mexer com a imaginação humana. Não havendo explicação
para tamanha catástrofe, as pessoas começam a formular essas teorias malucas e
acreditar nelas. Se são religiosos, têm certeza de que é o apocalipse e que as
crianças são seus cavaleiros, dando início a uma onda de fanatismo religioso
gigantesca e tenebrosa. O mesmo se dá para os que acreditam em extraterrestres,
ou nas lendas sobre espíritos no Japão. Cada grupo desenha uma teoria doida em
torno na tragédia, compra aquela como a real história e acredita nela sem
hesitar. Isso eu achei bem legal.
E aí vem a
parte que me frustra: os três. As três crianças sobreviventes. Todo mundo nota
que há algo diferente nessas crianças que não existia antes, inclusive o
leitor. E o comportamento delas no decorrer do livro, devo dizer, nos causa um
certo arrepio na nuca.
A cada
parte do livro (são dez), acreditamos estarmos mais perto de entender o real
motivo da queda dos aviões e porque somente os três sobreviveram.
E aí vem o
final. E a vontade de jogar o livro na parede e depois tocar fogo.
O livro
tem suspense, tem um toque de terror até, de sobrenatural... e eu adorei isso! Mas
no fim, é como se a autora dissesse: “Bem, foi isso que aconteceu... agora você
tire suas próprias conclusões e se vire pra saber a verdade”.
Eu já
estava contrariada pelo jeito da narrativa. Não gosto de livros assim, escritos
na forma de relatos. Mas fui em frente e segui com a leitura, porque a premissa
era boa, muito boa. E no fim a autora me brocha. Simples assim.
Li
resenhas de muitas pessoas que adoraram o livro e de outras que detestaram. Eu
não cheguei a detestar, mas me decepcionei.
Com isso, não estou dizendo que o livro é ruim, estou dizendo que eu não gostei.
Que bom
que cada pessoa tem seu gosto, não é?
Para ler o primeiro capítulo do livro, clique aqui.
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