Título original: Little girl gone
Autora: Drusilla Campbell
Editora: Novo Conceito
Páginas: 270
Sinopse: Madora tinha 17 anos quando Willis a “resgatou”. Distante da família e dos amigos, eles fugiram juntos e, por cinco anos, viveram sozinhos, em quase total isolamento, no meio do deserto da Califórnia. Até que ele sequestrou e aprisionou uma adolescente, não muito diferente do que Madora mesmo era, há alguns anos... Então, quando todas as crenças e esperanças de Madora pareciam sem sentido — e o pavor de estar vivendo ao lado de um maníaco começava a fazê-la acordar —, Django, um garoto solitário, que não tinha mais nada a perder depois da morte trágica de seus pais, entrou em sua vida para trazê-la de volta à realidade. Quem sabe, juntos, Django, Madora e seu cachorro Foo consigam vislumbrar alguma cor por trás do vasto deserto que ajudou a apagar suas vidas?
Madora perdeu seu pai no início da adolescência. Um dia ele
simplesmente saiu de casa, foi para o deserto e deu um tiro na cabeça. Simples
assim.
Ela culpou a sua mãe – que vivia bêbada e drogada – e, como
ela foi criada nesse meio problemático, nada mais natural que ela seguisse o
mesmo caminho. Assim, ela passara a ter más companhias e a beber e drogar-se como
se não houvesse amanhã.
Até que uma noite, numa festa, Madora se droga e acaba
passando muito mal. Willis, um cara que estava por lá, oferece-lhe ajuda e
promete que sempre irá cuidar dela. A essa altura, ela tem 17 anos e ele é bem
mais velho.
Sua mãe, que é contra esse relacionamento, comunica Madora
que vai se casar e que em breve elas irão embora para uma cidade distante.
Porém, Madora não aceita e acaba por se ir morar com Willis, que era exatamente
o que ele queria.
E o que acontece a partir daí é meio que um cativeiro por
vontade da vítima. Ela acredita que Willis a ama e quer ficar com ele para se
sentir especial. No entanto, a verdade é que Willis é sociopata e tem a
necessidade de aprisionar jovens em sua propriedade e fazer nelas uma lavagem
cerebral, fazendo com que acreditem que ele é seu porto seguro e elas o dele, e
que se separarem, será uma desgraça, a vida perderá todo o sentido.
E Madora acredita nisso. Passa a acreditar piamente que ela e
Willis são o porto seguro um do outro e que não podem viver separados. Willis a
manipula de todo jeito, alternando seu comportamento, ora sendo carinhoso e
atencioso, ora revelando sua crueldade e brutalidade. No fim das contas, ele a
mantém presa ali pelo medo. E Madora, por sua vez, desenvolve a
Síndrome de Estocolmo e fica naquela vida de “ruim com ele, pior sem ele”.
Com a
diferença de que, para ela, o ruim é bom. Isso, sem levar em conta de que a
lavgemj cerebral nela foi tão grande que ela se sente em dívida com Willis por
ele cuidar tão bem dela, acreditando até que nunca será boa o bastante para
ele.
O tempo todo ela vive sob tensão. Willis pode chegar
irritado, Willis não gosta que eu saia de casa, Willis não gosta de visitas,
Willis não quer que eu fale com ninguém.
E aí outros dois personagens aparecem: Linda e Django.
Linda é uma garota grávida que Willis levou para casa, para
ter o mesmo destino de Madora, mas ela não sabe disso. É obrigada a cuidar da
menina, dar-lhe banho e cozinhar pra ela. Enfim, torna-se sua empregada.
Django apareceu meio que por acaso. Tem 12 anos e acabou de
perder os pais num acidente. Mas apesar da idade, Django é muito inteligente e
maduro. Assim, conversando com Madora, percebe que ela precisa de ajuda e passa
a dizer-lhe coisas que fazem com que ela comece a questionar tantas outras em
sua vida. E a presença de Linda só potencializa essas questões e uma estranha
sensação de insatisfação com aquela situação, mesmo que, muitas vezes, ela
tente abafar esse sentimento.
Impossível você não simpatizar com Madora e sentir suas dores
e seus medos.
Este é o tipo de história que aborve o leitor e faz com que
ele viva a vida de seus personagens.
Eu, que comecei a leitura meio desconfiada, sem esperar muita
coisa, tive uma grande e positiva surpresa. Adeus à inocência é um drama que
mexe com nosso psicológico e nos leva a conhecer um pouco mais sobre o
comportamento de um sociopata.
Recomendo!
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