Título original: Hate list
Autora: Jennifer Brown
Editora: Gutenberg
Páginas: 272
Sinopse: E se você desejasse a morte de uma pessoa e isso acontecesse? E se o assassino fosse alguém que você ama? O namorado de Valerie Leftman, Nick Levil, abriu fogo contra vários alunos na cantina da escola em que estudavam. Atingida ao tentar detê-lo, Valerie também acaba salvando a vida de uma colega que a maltratava, mas é responsabilizada pela tragédia por causa da lista que ajudou a criar. A lista com o nome dos estudantes que praticavam bullying contra os dois. A lista que ele usou para escolher seus alvos. Agora, ainda se recuperando do ferimento e do trauma, Val é forçada a enfrentar uma dura realidade ao voltar para a escola para terminar o Ensino Médio. Assombrada pela lembrança do namorado, que ainda ama, passando por problemas de relacionamento com a família, com os ex-amigos e a garota a quem salvou, Val deve enfrentar seus fantasmas e encontrar seu papel nessa história em que todos são, ao mesmo tempo, responsáveis e vítimas. A lista negra, de Jennifer Brown, é um romance instigante, que toca o leitor; leitura obrigatória, profunda e comovente. Um livro sobre bullying praticado dentro das escolas que provoca reflexões sobre as atitudes, responsabilidades e, principalmente, sobre o comportamento humano. Enfim, uma bela história sobre auto-conhecimento e o perdão.
Valerie Leftman e Nick Levil são dois adolescentes que sofrem bullying na escola. Mas não é uma coisa à toa, é
bullying pra valer. Diariamente eles são humilhados, desprezados e criticados
por seus colegas.
Valerie, como
válvula de escape, tinha um caderno vermelho onde ela anotava o nome de todas
as coisas, pessoas e situações que ela gostaria que não existissem na vida
dela. Quando começou a namorar Nick, ele começou a fazer ali as anotações dele
também. E acabaram apelidando o caderno, por brincadeira, de A Lista Negra.
"E foi assim que começou a famosa Lista negra: como uma piada. Uma forma de descarregar a frustração. No entanto, ela acabou se transformando em algo que eu nem imaginava"
O problema é que,
enquanto o caderno era uma maneira de extravasar a raiva para Valerie, para Nick
era coisa séria.
Sem que a namorada
soubesse, Nick começou a traçar um plano horrível com respeito à Lista Negra.
Valerie notou que ele vinha tendo um comportamento estranho nas últimas semanas,
mas jamais imaginou o que passava por sua cabeça.
E foi aí que, no
dia 02 de Maio de 2008, Nick chegou à escola dizendo que resolveria todos os
problemas a respeito da lista. Dirige-se à praça de alimentação e começa a
atirar, matando e ferindo pessoas.
Demorou um pouco
para que entendessem o que se passava, mas notou-se que Nick não matava
aleatoriamente, ele estava procurando por pessoas específicas. Foi aí que
Valerie se deu conta: ele estava matando as pessoas da lista.
Atordoada, ela
começa a se embrenhar no meio da multidão que corre desesperada, procurando por
Nick. Algum tempo depois ela o encontra, já pronto para atirar em outra menina.
Valerie, sem pensar, se joga na frente, não por que ela quisesse especificamente
salvar a vida da menina, mas porque ela queria fazer Nick parar com aquilo. A
bala não chega até a menina, acerta a própria Valerie, na perna. E depois de
Nick ver que atirou na namorada, ele mira a arma para a cabeça e se mata,
deixando vários jovens mortos e outros gravemente feridos.
Todo o livro gira
em torno disso, do que aconteceu no dia 02 de Maio de 2008.
Alternando a
narrativa entre presente e passado, Valerie nos mostra a realidade de uma pessoa
que sofre bullying. Ela nunca havia feito nada para que fosse desprezada e
humilhada por seus colegas. Simplesmente uma outra garota, que era popular,
achou que seria divertido atormentá-la, sem motivo nenhum. E como todo mundo
acompanha aquele que “pode mandar”, todos passaram a tratá-la da mesma maneira.
E o mesmo aconteceu com Nick.
A lista negra não é
um livro para todos. A crueza da situação relatada ali pode chocar algumas
pessoas. Não é um livro bonitinho. É uma história que mostra o que realmente
acontece no interior e na vida de uma criança/adolescente que sofre esse tipo
de coisa.
Ao voltar para a
escola, Valerie foi mais desprezada ainda, pois o caderno era dela. Logo,
acreditavam que foi ela quem influenciou Nick a fazer tudo aquilo. Seus amigos já
não a querem mais com eles. Professores não falam com ela. Sua mãe acha que
vive com uma bomba relógio dentro de casa e seu pai a despreza mais do que
todos os outros juntos. Ele acredita que Valerie é tão culpada quanto Nick e diz
que jamais a perdoará. De todos os personagens, o pai de Valerie é o mais cruel.
Sua vida depois do
02 de Maio acaba ficando pior do que já era e ela está sozinha, podendo contar
apenas com seu psiquiatra, com quem ela é obrigada a fazer terapia. Ela sente falta de Nick e ao mesmo tempo o culpa por toda a destruição que ela tem que enfrentar sozinha. E está confusa com tudo isso, pois como ela pode sentir falta de alguém que desgraçou tantas famílias e também a sua vida?
“Mas nenhum daqueles sentimentos parecia se encaixar, como se eu estivesse montando um quebra-cabeça e duas peças quase se encaixassem - e esse “quase” era de enlouquecer. Você pode colocar as peças juntas e forçá-las a se encaixar, mas, mesmo que consiga isso, de fato, elas não se encaixam exatamente, não ficam certas.”
“E se você desejasse a morte de uma pessoa? E se o assassino fosse alguém que você amava?”
É muito difícil
expressar o que senti lendo esse livro. Derramei algumas lágrimas em alguns
momentos, mas não chorei tanto quanto outras pessoas que o leram. No entanto,
não deixei de saber de sua importância por isso.
A lista negra não é
uma história fofa, com final feliz. É uma história forte, cruel e dolorosa, sobre
como os adolescentes podem ser mesquinhos apenas porque acham que podem, e sobre
resultado que isso tem na vida do alvo de toda essa crueldade.
Acredito que esse
livro deveria ser leitura obrigatória nas escolas, já a partir do 7º ou 8º ano,
para todos os adolescentes.
Me entristeci, mas
gostei muito do que li.
Recomendo muito!
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