Título original: World War Z
Autor: Max Brooks
Editora: Rocco
Páginas: 368
Sinopse: Com Guerra Mundial Z, o norte-americano Max Brooks faz uma paródia dos guias de sobrevivência convencionais e expõe a paranoia coletiva que tomou conta do mundo, em especial dos Estados Unidos, na era Bush. No livro, que dá continuidade ao bem-sucedido O guia de sobrevivência aos zumbis, o autor adota um tom científico nas pretensas entrevistas que conduziu com os sobreviventes do ataque que quase extinguiu a humanidade. O narrador de Brooks é um integrante da comissão da ONU encarregado de elaborar o relatório sobre o assustador conflito que quase aniquilou o planeta. Da identificação do paciente zero, contaminado nas ruínas de Dachang, na China, até Mary Jô Miller, a arquiteta de elite que pode pagar para se proteger, passando pelo depoimento de um soldado da infantaria que lutou no conflito, nada escapa à verve do autor. Irônico, Brooks destaca ainda o quanto os homens são ingênuos em achar que podem se defender de pragas e criaturas alienígenas. Governos corruptos e com interesses eleitoreiros podem destruir qualquer Departamento de Defesa, ou conduzi-lo para o front errado. O autor mostra ainda como as sociedades desmoronaram e foram forçadas a se reorganizar após o colapso das instituições que as mantinham, levando as pessoas a atos extremos de heroísmo e altruísmo, bem como de egoísmo e mesquinhez. Além de recorrer ao fantástico para traçar um painel das reações humanas diante de crises e tragédias inexplicáveis, Brooks tece comentários ácidos sobre temas diversos como o autoritarismo na China e na União Soviética; a falsificação de relatórios de inteligência por parte do governo dos Estados Unidos para justificar a invasão ao Iraque em 2003; o impacto social e ambiental de grandes empreendimentos como a represa de Três Gargantas, na China; a opressão imposta por regimes fundamentalistas, como o talibã no Afeganistão e o tráfico internacional de órgãos, envolvendo países como o Brasil.
Um
integrante da comissão da ONU foi encarregado de elaborar um relatório sobre a
guerra contra os zumbis que tornou-se uma espécie de terceira guerra mundial,
com a diferença de que não eram alguns países contra os outros, mas sim todos
juntos contra as estranhas criaturas em que se tornaram os seres humanos.
Diferente
dos livros aos quais já estamos acostumados, este não tem uma narrativa comum.
Cada episódio é, na verdade, uma entrevista como uma pessoa diferente com quem
o integrante conversa para poder anexar os relatos ao seu relatório final.
Sendo
assim, temos muitos pontos de vista diferentes sob um mesmo acontecimento.
Alguns
dos entrevistados juram que foi a ira de um ou mais deuses; outros, que foi uma
conspiração que não deu certo; outros, que foi um ataque do governo.
A
verdade é que ninguém sabe ao certo como isso tudo começou. A única coisa que
souberam, foi a respeito do paciente zero, um garoto chinês de 12 anos que
aparentemente fora mordido por alguma coisa enquanto pescava com seu pai. Mas o
que foi que o mordeu? Ninguém sabe. Por causa disso, a maior suspeita é de que
o surto que, a princípio, todos achavam que era algum tipo de surto de Raiva,
começara na China. No entanto, de acordo com informações de alguns
entrevistados, ninguém sabe ao certo onde foi, porque em cada país o start se
deu de maneira diferente, levando o mundo às mais variadas suspeitas e teorias.
Porém,
de uma forma velada, vemos no texto que o autor dá a entender que a culpa disso
é, na verdade, da nossa sociedade. Uma sociedade que não se importa com o futuro,
que dá mais importância ao ter e ao agora, e que, por causa disso, usufrui do
que bem entende, sem se preocupar com o meio ambiente, a poluição ou com que
rumo tomará o planeta se alguma coisa não for feita – e rápido.
O vírus certamente foi o resultado de todo esse desleixo,
algo que criou força e atacou quem antes vinha atacando.
Enfim, o mundo fora tomado por esse horror e a humanidade
estava sendo extinta numa velocidade incrível. Todos se defendiam – ou tentavam
– como podiam. Com o tempo e o desespero, descobriu-se que podiam matar os
zumbis se lhe arrancassem a cabeça. O cérebro deveria ser atingido para que
eles morressem de uma vez – mas só pra garantir, eles queimavam o corpo e a
cabeça também.
Depois, nos países mais frios, eles perceberam que eles
congelavam, então, quem conseguiu sobreviver, tentava fugir para esses lugares.
Aos poucos, depois de muitos anos, o que sobrou da humanidade
estava, bem devagar, começando a perceber que seria possível contê-los de
alguma forma. Mas isso levaria muito tempo e não saberiam ao certo como fazer.
Segundo as informações obtidas pelo representante da ONU,
Cuba foi um dos países que conseguiu fechar suas fronteiras e, de alguma forma,
se livrar dos zumbis de uma vez por todas.
Eu imaginava que esse livro teria uma narrativa “normal” e
que seria uma história tendo começo, meio e fim. Mas, como já deu pra vocês
perceberem, não é.
O que não nos livra de passagens bem nojentas, de cenas de
horror descritas nos mínimos detalhes. Foi duro de chegar ao fim, mas eu venci!
Ahahaha. Creio que não seja um livro para qualquer pessoa. É o primeiro do
gênero que eu leio e, talvez, o último. Li para poder participar do Desafio
Realmente Desafiante. E realmente foi um desafio.
Também li porque eu queria ver o filme, mas não antes ser ler
a história.
Aliás, falando sobre o filme, este sim tem começo, meio e
quase que um fim. Até que gostei, achei legal, mas não achei melhor que o
livro. Acho que são iguais. – Não muito bons, na minha opinião.
O filme tem ação e deixa a gente em agonia muitas vezes, com
aquele bando de vampiros superdotados e bem diferentes dos que são descritos no
livro.
Enfim, segue abaixo o trailer.
3 comentários
Oi, San.
Embora tenha adorado sua resenha, vou deixar esse livro passar! hehehe
A verdade é que eu sou super medrosa e não gosto de livros que tenham todas essas descrições de coisas nojentas! Depois não consigo dormir!! hhahaha
beijos
Camis
Camis, o livro é bem difícil mesmo!
Eu não gosto de zumbis, não porque tenho medo, é nojo mesmo... rs.
Nunca havia lido nada desse tipo, mas também não quero ler mais.
Chega! rsrs
Beijos!
Livros/filmes de zumbis não são pra mim, porque acho bem nojento. Esse com certeza vou deixar passar.
Apesar do tema, o formato da narrativa parece ser interessante. Se não fossem os zumbis...
Beijos.
Postar um comentário