Título original: Savages
Autor: Don Winslow
Editora: Intrínseca
Páginas: 285
Sinopse: Ambientalista e filantropo nas horas vagas, Ben comanda um negócio de venda de maconha em Laguna Beach. Ao lado de seu parceiro, o ex-mercenário Chon, ele fatura lucros consideráveis e mantém uma clientela fiel. No passado, quando seu território foi invadido, Chon tratou de eliminar a ameaça. Agora, porém, eles parecem estar diante de uma força da qual não podem dar conta: o Cartel de Baja, do México quer tomar a região e avisa que não irá aceitar uma negativa como resposta. Quando os dois amigos se recusam a recuar, o cartel reforça a advertência sequestrando Ophelia, companheira e confidente dos rapazes. O sequestro deflagra uma gama alucinante de negociações habilidosas e reviravoltas inacreditáveis, que deixarão os leitores ansiosos para descobrir o custo da liberdade e o preço de um grande barato. Uma engenhosa combinação entre o suspense carregado de adrenalina e a reportagem policial, Selvagens é um thriller alucinante, escrito por um mestre do gênero no auge de sua carreira.
Eu não conhecia nada dos livros de Don Winslow (Por que,
Universo? Por que?) e agora quero ler todos. Simples assim.
Selvagens não é um livro pra qualquer um. É, basicamente, uma
história de disputa entre cartéis de drogas.
O que acontece é o seguinte: Era uma vez Ben, Chon e O.
(Ophelia).
Ben é formado em Administração e Botânica. Chon é ex-militar e
ex-mercenário e, embora ex, a guerra nunca saiu de dentro dele. O. é apenas O.
Uma garota que não faz nada da vida, que não tem muito interesse em fazer
alguma coisa, mas que gosta muito de maconha e de orgasmos. E, claro, de Ben e
Chon. Sim, ela namora os dois. E sim, eles são felizes assim.
Para O., Ben e Chon, juntos, formam o homem perfeito:
“Ben é madeira quente, Chon é metal frio
Bem é carinhoso, Chon, indiferente
Bem faz amor, Chon faz sexo
Ela ama os dois.
O que fazer, o que fazer?”
Com seu conhecimento em negócios e botânica, Ben pegou a melhor
semente de maconha do mundo – vinda do Iraque, trazida por Chon – e tornou-a
ainda melhor. Então estamos falando da melhor maconha de todos os tempos. E
isso rendeu aos sócios um negócio muito, muito lucrativo.
“O que Ben fez foi pegar a Viúva Branca e fazer cruzamentos cuidadosos até a semente ficar ainda mais forte. Ben criou uma semente Frankenstein, uma semente X-Men mutante, uma aberração genética de semente. Era uma planta que podia praticamente acordar, sair andando, achar um isqueiro e se acender. Ler Wittgenenstein, ter conversas profundas com você sobre o sentido da vida, ajudar a criar uma série de tv para a HBO, levar a paz ao oriente Médio (“Os israelenses e os palestinos poderiam coexistir em dois universos paralelos, partilhando o espaço, mas não o tempo”). Era preciso ser um homem forte – ou uma mulher forte, no caso de O. – para dar mais de um tapa na Viúva Branca Ultra.”
Tão lucrativo, que chamou a atenção do Cartel de Baja, no México,
e que agora está muito, muito interessado em assumir o controle.
No entanto, Ben e Chon sempre trabalharam no sossego, sempre
vendendo seu produto para clientes tranquilos, sem violência alguma e eles
querem continuar assim. Não estão interessados em se envolver com máfia,
cartéis, terem patrões, tampouco problemas com a lei. Então eles simplesmente
dizem que não querem, que tudo está bem do jeito que está. Ponto.
Obviamente, o cartel não fica feliz com a recusa. Assim, para
amolecer o coração dos dois rapazes, eles sequestram O. e enviam Lado, seu pior
“negociador”, para cuidar da questão.
Aí é que a história desenvolve um ritmo frenético. Ben e Chon
começam a correr para tentar salvar O. e se livrar do Cartel de Baja. Mil
situações acontecem, grandes surpresas nos tiram o fôlego e isso segue até o
fim do livro que, necessito dizer, é fantástico. Grande sacada do autor!
Os personagens são todos marcantes à sua maneira. Até mesmo O.,
que é bem alienada, tem seu encanto. A essência de cada um é facilmente
destacada no livro, é como se fossem reais.
A linguagem usada por Don Winslow é bem atual, com gírias,
alguns palavrões e, às vezes, diálogos profundos.
Não sei se a maioria sabe, mas este é o livro que deu origem ao
filme de mesmo nome, produzido em 2012, por Oliver Stone, com um elenco muito,
muito bom!
No livro, meu personagem preferido é Chon, mas ao assistir ao
filme, eu me esqueço de Chon e meu preferido se torna Lado. Sim, o cara mau.
Lado é interpretado por Benicio Del Toro e ele simplesmente brilha. Não há
espaço para mais ninguém no filme. Lado é cruel, frio, como sua própria alcunha
já diz: “El Helado” (Gelado). Um dos seus melhores papéis, na minha humilde
opinião.
Geralmente, nunca esperamos muito de um filme baseado num livro,
mas Selvagens foge totalmente à regra. É incrível!
Obviamente que é uma adaptação, então, como sempre, há algumas
diferenças, mas a essência dos personagens e o ritmo alucinante da história
permaneceram os mesmos. Ouso dizer que livro e filme se completam.
Enfim, chega de rasgar seda. Livro fantástico, filme fantástico.
Mas recomendo a leitura do livro primeiro, por causa do fim. Aceitem meu
conselho.
Abaixo, trailer do filme.
4 comentários
Saan, preciso assistir esse filme ou ler o livro, vamos ver o que virá primeiro.
Amei a resenha. Você sabe se tem o filme online com boa qualidade? O que eu achei estava péssima :/
beiijos
Nossa San, que interessante. Quando eu via a capa, tinha uma ideia totalmente diferente. Agora estou com vontade de ler o livro E ver o filme (principalmente pq tem o carinha de Kick Ass <3)
Obrigada pela indicação, sua linda!
Tati, eu amei o livro e o filme!
É uma história bem diferente, faz bem a gente ler algo assim pra sair do mesmo um pouco.
Mas aceite meu conselho: primeiro leia o livro e depois veja o filme. Eu fiz o inverso e me arrependi profundamente. Ambos valem a muito a pena! :D
Beijos!
Greice, eu assisti online, mas não me lembro o site.
Vou procurar e te passo, ok?
Mas, como eu disse pra Tati. aconselho ler primeiro. ;)
Beijinho!
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