Título: O eterno Barnes
Autor: Salustiano Luiz de Sousa
Editora: Novo Século - Selo Novos Talentos
Páginas: 248
Sinopse: Doutor Barnes, um famoso neurocirurgião, começa a desenvolver na Universidade onde trabalha uma pesquisa científica tentando transformar os dados do cérebro em arquivos de dados, codificando-os de modo que possam ser copiados. Com o avanço da pesquisa, acaba conseguindo copiar para o computador todos os dados de memória que formam o ser humano, como suas experiências, suas emoções, suas recordações, enfim, sua vida. Deslumbrado com a descoberta, começa a perceber que estes arquivos possuem uma estrutura totalmente diferente e uma sinfonia divina, e começa a ficar obcecado pela ideia de que seja possível copiar cérebros de um paciente para outro. Ao contrário do que deveria ocorrer, Barnes, cada vez mais, esconde suas pesquisas, pois seu objetivo passa a ser implantar seu próprio cérebro em outro paciente, mais jovem e sadio, pois está acometido de uma séria doença. Busca, desta forma, alcançar a tão almejada eternidade. Para isto, não mede as consequências de seus atos, que passam a ser justificados pela ambição que lhe domina. Conseguirá Barnes o seu intento?
Neste livro, conhecemos Doutor Barnes, um renomado médico e cientista
que trabalha na maior pesquisa de sua vida: transplantar lembranças e todas as
informações contidas de um cérebro para outro, fazendo com que o “novo” cérebro
seja assumido pelo “antigo”, criando, assim, a imortalidade.
Acho que o tema é interessante, uma vez que há tantas coisas envolvidas
na questão: ética, progresso científico, como foi no passado com o transplante
de rosto e é hoje com as células-tronco.
O problema é que Barnes ficou completamente obcecado por sua pesquisa e
está determinado a passar por cima que tudo e de todos que atreverem-se a criar
obstáculos em seu caminho.
Ele precisa correr contra o tempo, pois está lutando contra um câncer no
estômago e sabe que a morte se aproxima a cada instante.
Para concluir sua pesquisa, ele conta com a ajuda de James, um jovem
chefe do Departamento de Exatas no hospital onde Barnes trabalha. James é
craque no computador, mas um tolo no que se diz respeito às outras coisas da vida.
Tatiana, sua namorada, é secretária no mesmo hospital e faz de tudo para
subir na vida. Inclusive traí-lo.
Aí nós temos Bruno, um outro médico, que também faz de tudo para se dar
bem e acaba chegando na hora certa – ou não – na história.
E, por fim, temos Lourdes, a namorada de Barnes, que enfrenta uma crise
de consciência. Ela está em dúvida sobre ajudar ou não Barnes a continuar sua
loucura.
Barnes, como eu já disse, não economiza esforços para chegar onde quer.
Faz experiências com animais e pessoas sem a mínima piedade, pois tudo é
necessário em nome da ciência.
“Olhava aquele pequeno cérebro de macaco e percebia que a anatomia era quase igual à do homem, quase nada a diferenciava da dos demais primatas. Por que então o homem acreditava que tivera o privilégio de ser diferente? Único, de ser moldado, formatado por mãos divinas, se era semelhante a qualquer outro ser vivo? Algo estava errado nessa história” (pg. 37)
À medida que Barnes avança em suas pesquisas, novos percalços vão surgindo
e ele se vê desesperado para conseguir terminar sua grande obra, recorrendo a
toda sorte de coisas para conseguir. O resultado disso tudo encontra-se num
final perturbador.
E pelo que entendi, deverá haver uma continuação, mas não confirmei isso
com o autor.
A história engloba tecnologia, ciência, assassinatos e investigação.
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