Autora: Jane Austen
Editora: Martin Claret
Páginas: 304 (edição de bolso)
Sinopse: Na Inglaterra do final do século XVIII, as possibilidades de ascensão social eram limitadas para uma mulher sem dote. Elizabeth Bennet, de vinte anos, uma das cinco filhas de um espirituoso, mas imprudente senhor, no entanto, é um novo tipo de heroína, que não precisará de estereótipos femininos para conquistar o nobre Fitzwilliam Darcy e defender suas posições com perfeita lucidez de uma filósofa liberal da província. Lizzy é uma espécie de Cinderela esclarecida, iluminista, protofeminista. Neste livro, Jane Austen faz também uma crítica à futilidade das mulheres na voz dessa admirável heroína — recompensada, ao final, com uma felicidade que não lhe parecia possível na classe em que nasceu.
Hoje nós vamos para 1813, para
falar de Elizabeth Bennet, sua família e sua vida.
Um dos grandes clássicos da
literatura mundial, Orgulho e Preconceito retrata a sociedade do século XIX,
quando tudo o que importava eram os grandes bailes e um bom casamento. E, claro,
a moral e os bons costumes eram tidos em altíssima conta.
Narrado em terceira pessoa e com
um português primoroso, o livro nos conta a história de sua protagonista, Elizabeth
Bennet, a segunda de 5 irmãs. A única preocupação da Sra. Bennet, sua mãe, era arranjar um bom casamento para suas filhas, dando prioridade a Jane, sua filha
mais velha – e, segundo ela, também a mais bonita .
Apesar de ser em terceira pessoa,
constantemente somos levados para dentro da mente de Elizabeth e assistimos ao desenrolar das coisas através de sua perspectiva.
Tudo começa com a chegada de
Charles Bingley, que alugou a propriedade vizinha à da família Bennet, trazendo
consigo suas irmãs, seu cunhado e seu melhor amigo, Mr. Darcy.
Não demora para que os Bennet e
os Bingley se cruzem pelo vilarejo e se conheçam, e Jane e Charles ficam
completamente encantados um com o outro, enquanto Darcy se mostra arrogante
e pretensioso, comentando que naquele lugar não há nenhuma mulher interessante,
nem mesmo Elizabeth, que é considerada a segunda mais bonita – depois de Jane –
na região, o que faz que os dois se detestem também logo de cara.
Elizabeth não perde uma única
oportunidade de provocar Darcy, surpreendendo-o cada vez mais com sua
personalidade marcante. E quanto mais ela tenta evitar, mais frequentemente
eles se encontram. E se apaixonam. Porém, o orgulho de um é tão grande quanto o
preconceito do outro, o que faz com que ambos deem muitas cabeçadas no decorrer
da história.
“O orgulho é uma falha muito comum, penso. Por tudo que já li, estou convencida de que é, de fato, muito recorrente; que a natureza humana é particularmente dada a isso e que há bem poucos de nós que não acalentariam um sentimento de autocomplacência no cômputo de uma ou outra qualidade, real ou imaginária. A vaidade e o orgulho são coisas diferentes, embora as palavras geralmente sejam usadas como sinônimos. Uma pessoa pode ser orgulhosa sem ser vã. O orgulho está mais vinculado à nossa própria opinião de nós mesmos, e a vaidade, ao que achamos que os outros pensam de nós.”
Enquanto Jane é toda sensível,
meiga e inocente, Elizabeth é viva, brincalhona, sagaz e muito, muito esperta.
Adora argumentar, desafiar, provocar e está sempre envolvida num bom debate.
Charles é a versão masculina de
Jane, tão sensível e meigo quanto ela. Darcy, por sua vez, diferente de
Elizabeth, é retraído e reservado, o que muitas vezes o faz passar por
orgulhoso. No entanto, é um fofo!
“Ele foi convidado diretamente a se juntar a elas, mas declinou, observando que apenas poderia imaginar dois motivos para elas optarem por ir e vir juntas pela sala, e a ambos os motivos sua companhia interferiria.(...)- Não faço a menor objeção em explicá-los. – disse ele, assim que ela lhe permitiu falar. – Ou vocês escolheram este modo de passar a noite porque estão trocando confidências e possuem casos secretos para discutir, ou porque estão conscientes de que suas figuras se mostram muito bem ao caminhar; se for o primeiro, eu atrapalharia por completo e, se for o segundo, posso admirá-las muito mais enquanto eu me sento ao lado do fogo. ”
Numa sociedade onde a posição
social de uma pessoa é requisito obrigatório para um bom casamento – porque geralmente
só pobre se casa por amor – , os protagonistas encontram-se às voltas com seus
sentimentos avassaladores e contraditórios. A família Bennet, além de pobre,
não tem muita classe – quase nenhuma, na verdade – e isso tem um certo peso no
amor de Charles e também no de Darcy, fazendo com que, por vezes, eles lutem
contra seus sentimentos e acabem cometendo grandes erros.
O pai de Elizabeth, o Sr. Bennet,
é um show à parte! Intelingentíssimo e debochado, tem sempre uma resposta para
tudo e geralmente essa resposta é carregada de ironia, o que me arrancou muitas
gargalhadas. É um dos meus personagens preferidos! Em contrapartida, sua
ilustre cônjuge é um tanto irritante e vive completamente fora deste mundo. As
irmãs mais novas de Lizzie e Jane, são todas desmioladas, cada uma à sua
maneira, e fazem o restante da família morrer de vergonha.
Todo esse cenário é usado por
Jane Austen para criticar os costumes de seu tempo, mostrando que, na verdade,
o dinheiro não é tudo e que a falha na formação do caráter de um filho é dos
pais.
Bem, essa é uma história
conhecida e admirada pelo mundo todo, tendo inúmeras edições publicadas e até
hoje cai nas graças de seus leitores. Eu apenas conhecia a história, mas nunca
havia lido o livro, apesar de já ter visto o filme muitas vezes. Depois que
terminei, não pude deixar de me perguntar o motivo de não o ter lido até agora.
Quanta riqueza eu estava perdendo!
O romance é uma delícia! Doce e
engraçado na medida certa. Os personagens são cativantes e é muito gostoso
acompanhar seu crescimento durante a história. Quando terminei de ler, revi o
filme, a versão de 2005, e também assisti à minissérie produzida pela BBC em
1995, só pra poder permanecer mais tempo junto com tantas “pessoas” queridas.
Mas isso fica para outro post, onde quero comparar as duas produções.
Leiam, meus queridos! Leiam,
porque Orgulho e Preconceito é um livro que merece ser lido e relido muitas
vezes. Entrou para a minha lista de favoritos, dividindo o primeiro lugar com O Morro dos Ventos Uivantes e Jane Eyre.
7. Ler um livro que é citado em ouro livro. (Por exemplo: Bella, em Crepúsculo, cita "O Morro dos Ventos Uivantes")
Orgulho e Preconceito é citado em O Diário de Bridget Jones, dentre outros
Um comentário
Ah San, não faz isso comigo...
Você sabe que eu estou me apaixonando pelo estilo da Jane Austen e aí posta essa resenha irresistível de Orgulho e Preconceito que eu nem tenho e agora quero mais ainda!
Acho que a Jane tem um padrão nos personagens, e digo isso baseada nos dois livros q já li dela, mas estou pensando em falar sobre isso após ler um 3º livro dela porque é preciso 3 para um serial. (Olha meus conhecimento serialísticos falando. kkk)
Beijos!
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