JANE EYRE - Charlotte Brontë

Editora Landmark. 528p. Edição Bilíngue.

Classificação:

Ainda não consigo descrever tudo o que senti enquanto lia este romance que se tornou meu clássico preferido.

Mozi não poderia ter me dado livro melhor! :)

Bem, vamos à resenha:

Jane Eyre é uma autobiografia ficcional.

Órfã de pai e mãe, Jane era uma menina comum, sem nenhuma beleza que chamasse a atenção de alguém para si, criada pela mulher de seu falecido tio, a Sra. Reed. No entanto, o tempo todo Jane é alvo do ódio da tia e de seus primos, principalmente de John, que a espanca em todas as oportunidades que tem.

Sempre vista como uma criança mentirosa e malvada, Jane é frequentemente submetida a castigos e falsas acusações, o que só faz aumentar sua mágoa e rancor contra a família.

Algum tempo depois, é mandada para o Instituto Lowood que é, na verdade, uma instituição de caridade para crianças órfãs.

Mesmo sob uma educação rígida, Jane consegue algum tempo de bonança na escola e faz suas primeiras amigas: Helen Burns e Miss Temple. Ambas exercem uma influência muito positiva sobre Jane e a ajudam a moldar seu caráter genioso e melhorar sua personalidade.

Oito anos depois, com 18 anos, Jane já é professora no Instituto Lowood, mas sente que ali já não é mais seu lugar. Ela quer conhecer novos lugares, novas pessoas e ter uma vida nova. Assim, coloca um anúncio no jornal procurando um trabalho. Na semana seguinte, seu anúncio é respondido e Jane fica exultante. Despede-se da escola com ótimas referências e parte para Millcote, para ser governanta na mansão de Thornfield Hall e dar aulas a uma pequena menina chamada Adele.

Ao chegar em Thornfield Hall, Jane é recebida com todo carinho pela Sra. Fairfax, uma senhora muito amável, que é a administradora da casa. Sua primeira impressão é de que o lugar é simpático e de que será muito feliz ali.

Adele é uma menina de 9 anos, muito ativa e tagarela, mas ela e Jane ficam muito apegadas uma a outra. Passam o dia entre aulas e brincadeiras. Jane habitua-se à casa, se apega aos empregados, ao lindo lugar cheio de jardins e campos verdejantes, e sente que finalmente tem um lar.

Pouco tempo se passa e então o Sr. Rochester, dono da mansão, chega para passar ali uma temporada. Conhece Jane e fica muito intrigado com sua personalidade singular. Assim, passa a chamá-la para conversas na biblioteca todas as noites.

“- Está me examinando, Miss Eyre – disse ele. – Acha que sou bonito?

- Não senhor!

- Ah! Palavra de honra que existe alguma coisa de singular em você! (...) E quando a gente lhe faz uma pergunta ou uma observação que é obrigada a responder, você dá uma resposta direta que, se não é indelicada, é pelo menos brusca. O que quer dizer com isso?

(...) – Mr. Rochester, permita-me retirar minha resposta anterior. Não pretendia fazer uma réplica espirituosa. Foi apenas um erro.

- Apenas isso. Também acho(...). Você parece muito embaraçada, Miss Eyre, e já que não é mais bonita do que eu sou, um ar de embaraço fica-lhe bem. Além disso, ajuda a manter esses olhos penetrantes longe do meu rosto e os distrai com as piores flores do tapete. Assim, continue embaraçada. Minha jovem, estou disposto a ser comunicativo e sociável esta noite.”

Numa noite, Jane acorda com alguém mexendo na maçaneta da porta de seu quarto. Depois ouve risos abafados no corredor e, em seguida, sente cheiro de fumaça. Quando sai para ver o que está acontecendo, vê o quarto de Mr. Rochester em chamas, onde este dormia em sono profundo sem nada perceber. Com muito custo, Jane consegue acordá-lo jogando-lhe uma bacia d’água no rosto e salva-lhe a vida.

“- Isso é uma enchente? – gritou ele

- Não senhor – respondi -, mas era um incêndio (...).

- Em nome de todos os santos da cristandade, é Jane Eyre que está aí? – ele perguntou. – O que fez comigo, sua feiticeira? Quem mais está aqui, além de você? Planejava afogar-me?

(...) – Você salvou minha vida: tenho prazer em ser devedor de uma dívida tão grande (...) e não toleraria mais ninguém como credor de um favor assim imenso. Mas com você é diferente. Sinto que seus favores não me pesam, Jane.”

A amizade cresce entre os dois e Mr. Rochester passa a ter Jane como confidente e grande amiga. Ela, por sua vez, fica muito feliz com isso, apesar do humor inconstante do patrão.

  

Obviamente, o inevitável acontece: patrão e governanta se apaixonam um pelo outro. Jane acreditava que seu amor era um sonho distante e sequer percebe os esforços de Mr. Rochester para causar-lhe ciúme, até que chega o dia em que finalmente se declaram um ao outro.

Depois disso, Jane, que já se considerava razoavelmente feliz, passa a viver em estado de graça. O casamento é marcado para dali um mês e a cada dia do noivado Jane se encontra mais e mais apaixonada.

“Meu futuro marido estava se tornando meu mundo. Mais do que o meu mundo: minha visão do paraíso. Ele se interpunha entre mim e meus princípios religiosos, como o eclipse se interpõe entre o homem e a plenitude do sol. Naqueles dias, eu não podia ver Deus na sua criatura, pois havia feito dela um ídolo”.

O dia do casamento chega e, antes que a cerimônia termine, chega ao conhecimento de Jane um segredo terrível, que impedia cruelmente que seu sonho se realizasse.

Desesperado, Rochester tenta dissuadi-la a ser sua mulher a todo custo, mas Jane é firme em negar, embora estivesse aos pedaços por dentro.

Assim, enquanto todos dormem, Jane foge para longe de Thornfield Hall e para longe do amor de sua vida.

Mas sua história não termina aí. Muitas coisas e reviravoltas ainda acontecem na vida de Jane. No entanto, ela jamais deixou de amar a Rochester e pensar nele um dia sequer, e continua seguindo sua vida rumo ao desfecho que a mão do destino lhe escrevera, levando-a a acertar as contas com seu passado... e com seu amor.

Não posso deixar de mostrar a letra da linda música que Rochester cantou e tocou para Jane, num de seus momentos românticos. Porém, como a música é grande e este post ficará maior ainda se eu a colocasse nele, quem quiser conhecer a música, basta clicar AQUI. Asseguro que valerá a pena!

Com várias edições publicadas e adaptações para o cinema, Jane Eyre é um dos maiores clássicos da literatura de todos os tempos. E um dos livros mais lindos que já li na vida.

Abaixo, o trailer da mais recente adaptação do romance para o cinema, que estreou dia 21 de Abril nos cinemas.

Recomendadíssimo!