Editora Rocco. 304p.
Uma delícia de romance, encenado nas ilhas de Guernsey, no Canal da Mancha, depois da Segunda Guerra Mundial. Mas há uma novidade: a história se faz através das cartas trocadas entre os personagens do livro, não há narrativa. É um romance epistolar, onde temos a história de Juliet Ashton, uma escritora em busca de um tema para seu próximo livro. Ela acaba encontrando-o na carta de um desconhecido de Guernsey, Dawsey Adams, que entra em contato com a jornalista para fazer uma consulta bibliográfica. Começa aí uma intensa troca de cartas a partir da qual é possível identificar o gosto literário de cada um e o impacto transformador que a guerra teve na vida de todos. As correspondências despertam o interesse de Juliet sobre a distante localidade e narram o envolvimento dos moradores no clube de leituras – a Sociedade Literária e a Torta de Casca de Batata –, além de servirem de ponto de partida para o próximo livro da escritora britânica.
O clube, criado antes de existir de fato, foi formado de improviso, como um álibi para proteger seus membros dos alemães. O que nenhum dos integrantes da Sociedade imaginava era que os encontros pudessem aproximar os vizinhos, trazer consolo e esperança e, principalmente, auxiliar a manter, na medida do possível, a mente sã. As reflexões e as discussões a respeito das obras os livraram dos pensamentos sobre as dificuldades que enfrentavam e ainda serviram para aproximar pessoas de classes e interesses tão díspares, de pescador a frenólogo, de dona de casa a enfermeira.
Instigada pela força dos depoimentos, Juliet decide visitar Guernsey, onde a convivência com as pessoas que conheceu por cartas e a descoberta sobre as experiências dos ilhéus lhe dão uma nova perspectiva. A viagem proporciona à escritora mais do que material para seu livro. Guernsey oferece a chance de recomeçar após a Guerra, fazer amizades sinceras e encontrar o amor – em suas diversas formas. O que ela encontra por lá, e as relações que trava, mudam sua vida para sempre.
A sociedade literária e a torta de casca de batata recupera um mundo que se perdeu entre os escombros da guerra, feito de camaradagem e solidariedade, delicadeza e simpatia. Nele, a guerra – e a morte – é vencida por um batalhão de personagens igualmente sensíveis e sedutores, que conduzem os leitores pelas mãos, através de um narrativa, humana e marcadamente feminina, até o fim.
É um romance delicioso, bem humorado, que nos mostra o poder que a literatura pode ter sobre a vida das pessoas, e, também, nos retrata parte dos horrores da guerra. E ficamos tão maravilhados com as pessoas por trás das cartas, que simplesmente não nos conformamos que sejam apenas personagens de ficção.
A-DO-REI!
3 comentários
Interessante, mas queria que as pessoas fizessem solidariedade não apenas nos momentos de crise...
Parece ser um bom livro para ler.
Fique com Deus, menina Sanzinha.
Um abraço.
Olá, San, tudo bem?
Bela dica de leitura!
Tá na lista!
Olá, San, bela dica de leitura!!
Tá na lista!
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