Companhia das Letras. 208p.
Ler Saramago e sempre se surpreender com a sua escrita e com o desenho das personagens e o enredo em si. Com o livro "As Intermitências da Morte" não foi diferente!
Ao iniciar a história com a frase "No dia seguinte ninguém morreu", o autor inicia o debate que se seguirá sobre morte, vida, tempo e outras angústias próprias da humanidade.
A cada parágrafo e a cada frase e capítulo novas sensações nos são apresentadas e nos perguntamos sempre o que virá a seguir. Mas como estamos falando de Saramago, a cada página é uma nova surpresa.
Em seu diálogo com o leitor, assim como Machado de Assis fazia em sua escrita, Saramago nos leva a interagir e refletir sobre a morte, e tudo que a cerca. O livro é surpreendente, tanto pelo tema tratado, a forma como é escrita e claro o final.
Uma das frases do livro diz muito do que podemos esperar da história de uma cidade em que ninguém morre:
“De Deus e da morte não se tem contado senão histórias, e esta é mais uma delas.”
página 146
Mas não será apenas mais uma, o final é extasiante!
Pense em uma cidade onde a morte não mais aparece, o que será de hospitais, cemitérios, casas e todo o restante da sociedade? Há várias leituras possíveis, como a crítica a um sistema hospitalar ou mesmo na questão do ser humano tratar a morte.
Na verdade não ganhamos anos, e sim quando nascemos, vamos debitando de nossa conta, o número de anos que temos na vida.
E a morte no livro sabe bem disso.....
Um comentário
Li este livro a semana passada, realmente o final é de encher os olhos. Ler Saramago é como perder a vida sabendo que ao final da leitura vc renasce outro cheio de entusiasmo e amante da língua portuguêsa.
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