A GUERRA DE CLARA (Clara's War) - Clara Kramer


Ediouro. 335p.

Uma mescla de O Diário de Anne Frank e A Lista de Schindler. Assim a imprensa internacional define A Guerra de Clara, livro baseado no diário da judia polonesa Clara Kramer – escrito em plena Segunda Guerra Mundial, ao longo dos dezoitos meses em que ela e os familiares viveram escondidos no porão de uma casa freqüentada por soldados da SS nazista. Seis décadas depois, a autora mergulha na memória para trazer à tona sua incrível história de sobrevivência ao holocausto. E nos mostra, em cores vivas, um relato do triunfo da solidariedade sobre o horror.

O livro é baseado no diário da judia polonesa Clara Shwarz – hoje, Clara Kramer -, onde ela narra o horror dos dois anos em que sobreviveu, com o que restou de sua família, num abrigo construído no subsolo da casa de um anti-semita, durante o Holocausto.
Nenhuma ficção. Cada palavra e cada linha escritas neste livro nos traduzem sentimentos que, nem mesmo com a ajuda de uma imaginação muito fértil, seremos capazes de entender na sua totalidade.
Uma história na qual vemos o horror e a beleza seguirem lado a lado. Porque tanto sangue e tanta desgraça não foram capazes de endurecer os corações das vinte pessoas, acolhidos e acolhedores, que se uniram para sempre por um laço de amor indestrutível e inestimável.
Não queiram saber o quanto eu chorei e ri enquanto lia os relatos narrados por ela. Me emocionei demais! E de tudo o que li no livro, há um trecho lindo, que simplesmente não me si da cabeça. Clara o escreve enquanto tenta descrever a miséria em que se encontram pela morte de sua irmã de 13 anos e, ao mesmo tempo, a maneira como o amor por ela os confortava:

Então teríamos de prosseguir sem ela, nosso amuleto da sorte. Quiséssemos ou não, continuávamos vivos. Sei que não existe coração partido. O coração continuará batendo para nos provocar, zombar de nós e nos dizer que até mesmo no sofrimento ele é indestrutível e cheio de amor.(p. 164)

Olhando para trás, num devaneio até besta, fico pensando que os chineses, quando aperfeiçoaram e “inventaram” o papel, uma centena de anos antes de Cristo, estavam longe de saber que, dentre tantas coisas e benefícios que viriam com o uso do papel, escondida e tímida, se encontrava a dignidade.

Hoje, a
os 81 anos, Clara Kramer vive na cidade de Elizabeth, em Nova Jersey, e percorre as escolas da região fazendo palestras sobre sua história de sobrevivência. Há mais de vinte anos, preside a Holocaust Resource Foundation, da Universidade Kean, entidade dedicada a sensibilizar educadores para a importância de preservar a memória do holocausto: a cada ano, cerca de 1.200 professores participam das ações promovidas pela fundação. O diário original de Clara está abrigado no National Holocaust Museum, em Washington D.C. (Isso é o que está na contracapa do meu livro que, sem dúvida nenhuma, já faz parte dos meus favoritos.)

E, só pra concluir, diante de histórias como a de Clara, de Anne Frank e, pulando para os nossos dias, histórias de um povo devastado no Haiti, me pergunto em quê realmente se baseia Pedro Bial, quando se refere a uma dúzia de aspirantes a celebridade como 
heróis...

2 comentários

Luciana disse...

Este livro é muito emocionante!!!!!!
Realmente deveria ser lido por todos.

Alquimia dos Romances disse...

Mais um na minha estante do Skoob. Esses livros me deixam com uma angústia por vários dias depois de ser lido. E é por isso que não devemos nos privar de lê-lo.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Últimos livros lidos